23/04/2012
Alcoolismo e juventude.

Sinto uma grande tristeza assistindo tantas tragédias envolvendo os jovens de hoje.Dominados pelas drogas e pelo álcool estão destruindo pessoas e a si próprios.O governo  agora,como última opção resolveu criar lei e proibir definitivamente a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.Mesmo sendo uma solução paliativa é necessária, afinal os estabelecimentos comerciais precisam abrir mão de lucros ilegais para também contribuir com um objetivo  nobre e importante.O álcool sempre esteve presente nas comunidades sociais, é atávico.Recentemente porém, a ciência comprovou que existe uma predisposição genética do homem ao alcoolismo, portanto o meio não é mais o único responsável. Entidades,associações,centros de ajuda  do mundo todo empenham-se em sanar conseqüências.Sabe-se que algumas pessoas bebem por prazer,outras para  fugir da realidade,outras para se liberarem, se auto afirmarem ou   por terem  adquirido o hábito no ambiente familiar.Herança genética será agora  o mais novo motivo.Sejam quais forem as razões, o descontrole associado a uma liberalidade da prática, tem produzido sérios desastres morais,físicos e materiais .Sempre foi problema, motivo de traumas,destruição de laços afetivos,desmoralização e principalmente decadência pessoal.Em gerações passadas o alcoolismo foi comum em adultos.Adolescentes e jovens dificilmente se enveredavam neste caminho  tortuoso.Hoje,temos um novo cenário onde os jovens são os mais afetados .A Medicina e a Psicologia, buscando  explicações,tentam entender as causas e o que mudou nos jovens de hoje.Relacionam o fato a uma frustração e inquietação que  não eram tão acentuadas em outras épocas.Talvez existam até combinações destes motivos ou multiplicidade de fatores levando nossos jovens a opções tão nocivas.Se a bebida alegra, libera,desinibe ,dá coragem, ela também aprisiona qualquer ser humano, tornando-o marginalizado e estigmatizado na sociedade e na família.A catarse emocional que ela provoca é insignificante comparada aos danos e malefícios.A recuperação é sempre  difícil e dolorosa e enquanto não ocorre, sentimentos e vidas são fortemente destruídos.Mortes, atropelamentos são as conseqüências irreversíveis dos dias de hoje e os causadores disso estão sendo transformados em criminosos.As punições,prisões e indenizações  não recuperam vidas e lares desfeitos.Tenho certeza de que os 3 garis atropelados no último sábado na Marginal Pinheiros serão rapidamente  esquecidos pela Justiça deste país e pela a própria mídia.As campanhas encabeçadas por vítimas do alcoolismo merecem atenção e mobilização de todos.As mortes provocadas por alcoólatras precisam ser qualificadas como crime doloso e  leis precisam ser mudadas em defesa dos prejudicados. No entanto,não vamos ser totalmente omissos.Não adianta, o jovem ser proibido de comprar a bebida, se dentro de casa ele é incentivado ao vício, se ele presencia o pai no supermercado enchendo o carrinho com caixas e caixas de cerveja.Não adianta  uma criança de 5 anos ouvir falar dos prejuízos do álcool se na sua festinha de  aniversário, barris de chopp são consumidos à sua frente.Beber com moderação é subjetivo.Depende do grau de racionalidade,pois para uns significa 1 copo, para outros pode significar  10.Todos nós hoje devemos  estar atentos e acompanhando esta tendência  da juventude. Exemplos dentro de casa são  importantes.Atitudes mais enérgicas também contribuem e às vezes francos diálogos resolvem o assunto.Há situações no entanto, que só com a ajuda de profissionais,grupos de auto ajuda (A.A) o resultado é positivo. Não importa qual seja o tratamento, importa entender que o alcoolismo é um mal que prejudica toda a sociedade.E mais uma vez a sociedade é quem deverá atuar de forma consciente  e decisiva.Do contrário lei nenhuma mudará esta deprimente realidade.


Fátima Chiati

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