12/07/2012
O preço da beleza

Uma dermatologista, em entrevista à Rádio Jovem Pan, fez um alerta às  mulheres com relação ao marketing  enganoso de alguns cosméticos. Segundo ela  tudo é tão exagerado que, infelizmente a maioria  das  pessoas não percebe  . Existem produtos prometendo tudo  a preços exorbitantes.  Algumas indústrias já estão  apelando  até para o irreal, dizendo existir   em suas fórmulas rejuvenescedoras, substâncias absurdamente  impossíveis como por exemplo,  cremes com calda de esmeraldas  ou   com partículas  de meteoritos .Dá pra acreditar? O preço? Uma loucura declarada e que alguns insanos  pagarão.
Sabe-se que há séculos, as mulheres já se empenhavam no cuidado com a pele, corpo e cabelos. Nos anos  dourados, produtos até hoje  inesquecíveis surgiram  para este fim. Quem, da minha geração, não se lembra de alguns: Do Rugol rejuvenescedor, do Creme Pond’s para hidratar, do Velman para aveludar as mãos, do Leite de Rosas para tonificar , da pomada Minâncora para as espinhas, do pó de arroz da Coty, do sabonete Rastro e do famoso perfume Lancaster? Todos faziam parte do arsenal feminino  daquela época.
Nada nunca foi barato. Mas  também nunca foi  impossível.  E como beleza ,para as mulheres, sempre foi   garantia de sedução, os sacrifícios valiam e tinham lá  sua dose de compensação.
A  indústria cosmética entendeu o recado e empenhou-se    em evoluir. Com o tempo  produtos foram substituídos e outros mais elaborados  apareceram,  enlouquecendo  ainda mais as obcecadas por  cremes. Nos anos 80, surgiram  novidades, com químicas importadas, ácidos e até com  placenta humana. Mas tudo sempre  caro demais , direcionado à elite, aos artistas e às pessoas de grande poder aquisitivo. Surge assim, um novo nicho no ramo e uma nova forma de comércio ganhou  força: o de porta em porta, onde os   produtos eram   vendidos por catálogo. Avon e Cristian Gray  tiveram destaque. A clientela era grande e os preços bem mais acessíveis.
E se “quem não tem cão caça com gato”, isto  foi útil  para as  que tinham baixa ou média  renda e nenhuma mulher  precisou  abdicar  de sua vaidade . Opções não faltaram.
Felizmente, nem tudo que é caro, é mais eficiente.  Alternativas de menor custo também   não deixam a desejar.
Atualmente, lojas do ramo contabilizam alto faturamento provando que neste departamento não existe crise. Ao contrário, o crescimento está a todo vapor e nem só a classe alta, pode usufruir das novidades  na cosmética. Tem para todo mundo  e para todo bolso. Tudo é só  questão de adaptação e conscientização  de que  produtos caros, nem sempre significam  maior eficiência .Mesmo porque, milagre não existe quando se fala  no assunto . Na riqueza ou na pobreza, o belo  é parceiro fiel   da juventude, da mocidade. Nesta fase convenhamos, nenhum produto é tão importante. Tudo já é perfeito, não exige reparos . Ao envelhecermos, no entanto,  descobrimos que nada   deterá  a ação  do tempo. Nem mesmo os cremes com meteoritos ou calda de esmeraldas.
Conviver pacificamente com esta constatação passa a ser mais  importante  que qualquer produto.  Vale,  na verdade  , investirmos   na saúde, no bem estar, no  aprimoramento  cultural e principalmente no   espiritual.
Isto sim, nos fará aceitar as marcas das emoções  magnificamente estampadas em nossos olhos, em nosso corpo e em nossa face. Produto algum  deverá, e com razão, amenizar os sinais do riso, das lágrimas, das alegrias e das tristezas vivenciadas com paixão ao longo de toda uma vida . Isto sim é belo demais,    é eterno   e  não tem preço.

                                                               FATIMA CHIATI
 


Fátima Chiati

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