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O Saci-pererê

O Saci-pererê

Alguns dias atrás um desconhecido apareceu no meu sonho e pediu para que eu escrevesse uma crônica sobre terror. Lembrei-me, então, da mula sem cabeça de Caieiras (risos) e também da lenda do Saci-pererê. Acordei, então, e fiquei recordando sobre os dois “aparecimentos” e de outros sobre fantasmas assustadores que apareciam nas noites do Bairro da Fábrica de Papel donde eu ainda garoto lá morava. 

A história da mula sem cabeça vou resolver se devo escrever. A do Saci, embora, tendo falhas de memória sobre ela, aqui vou contar. Fiquei pensando em alguém daqueles tempos “folclóricos” que pudesse me ajudar a lembrar daquele “dia do Saci” mas, talvez ninguém se lembre.

Aquela rua que ficava defronte à casa donde eu morava era o palco de um teatro onde garotos e garotas, vizinhos que eram, representavam a felicidade daqueles tempos agora imemoriais para muitos. Numa daquelas animadas brincadeiras de rua, o meu vizinho Zé Polato esteve ausente. Mas, como assim? Ele sempre estava presente nas brincadeiras diurnas ou noturnas. Ele havia sumido. Onde estaria ele? Procura-se daqui, pergunta-se dali e cadê o garoto? 

Não me lembro de quando ele reapareceu ou se foi alguém que o encontrou. A história do desaparecimento dele foi mais ou menos assim: Ele foi seduzido e persuadido a seguir um saci que o levou para longe da rua de donde ele morava deixando-o no mato abundante que lá havia circundando as vilas que lá existiam. Contava-se que ele fora deixado numa moita cheia de espinhos.  

É melhor não se estender mais nesse “caso”, porque hoje não há como recapitular a história do menino e da lenda folclórica que se “materializou” para causar os falatórios daqueles que ficaram sabendo de tal história naquela época. E o menino da história é saudoso porque já se foi deste mundo. Se ainda estivesse por aqui poderia explicar melhor a razão daquele seu sumiço temporário que preocupou os seus amigos de então.

Altino Olimpio

Comentários:

Lendas antigas usadas para educar as crianças, o Tio do Altino Vitorio Olympio e a Tia Lucinda eram especialistas, Saci, mula sem cabeça, fantasma que arrastava uma corrente, a enorme pedra que rolava no corte grande, etc. era como se forjava o carater dos melhoramentinos, gente especial eterna. Edson Navarro.