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17/02/1984
Ed. 150 - Assessoria jurídica causa polêmica na sessão

Na sessão ordinária realizada no último dia 14 na Câmara Municipal de Caieiras, os edis Antonio Romero Pollon, Afdóquia Chaib Ferreira Neves e Aparecido Correa de Campos apresentaram um requerimento ao prefeito Nelson Fiore, pedindo informações sobre a contratação da assessoria jurídica e esse requerimento causou polêmica porque os vereadores Névio, Lira e Valbuza votaram favoráveis contrariando os demais companheiros de bancada (Edson, Pedro, Vanda, Macedo e Donha, que sempre dizem “sim” ao prefeito).

O mal estar começou quando o vereador Névio, usando a tribuna, esclarecia o seu voto favorável, afirmando que todos os vereadores devem acompanhar de perto o desenrolar da administração pública e um requerimento desse, se aprovado, vem eliminar dúvidas existentes, dizendo ainda que apesar de ser um vereador do mesmo partido do prefeito não tem acesso a este e só pode tomar conhecimento dos fatos através de requerimentos, acusando a liderança de inexperiente por não levar os pedidos dos vereadores ao prefeito. Nisso foi aparteado pela líder que não se conformava com a decisão e personalidade de Névio.

Ainda em sua justificativa, Névio afirmava não concordar com a atual assessoria jurídica “que vem de fora e recebe muito mais que os assessores diretos do prefeito”, citando o exemplo do saudoso Dr. Nelson Manzanares que recebia a importância de Cr$280 mil pelo seu eficiente trabalho.

Névio lamentou não estar participando das decisões do PMDB, dizendo que é convidado às reuniões somente em épocas de sessões, ocasião em que o prefeito precisa de seu voto, voltando a referir-se sobre a liderança que não faz nada para aproximar as duas partes.

Por seu turno, o vereador Pollon, um dos responsáveis pelo requerimento, comentando a atitude do seu companheiro Névio, disse que este talvez não quis se aprofundar no assunto da “assessoria milionária”, acrescentando que tudo começou no ano passado com a “compra” do organograma de São Bernardo do Campo por 2,5 milhões de cruzeiros. “E depois de comprado, não tinha aqui pessoas capacitadas para colocá-lo em prática e por mais 4,5 milhões a ”assessoria” veio desenvolvê-lo”. Comentou ainda Pollon sobre os seis milhões de cruzeiros gastos com um parecer sobre um loteamento, dizendo que o prefeito ignorou os serviços do Dr. Castro que é pago pela municipalidade para serviços relativos ao departamento jurídico municipal e se o “caso” estivesse em suas mãos não custaria nenhum dinheiro extra aos cofres públicos.

Jornal A Semana