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Caieiras está morrendo...

Caieiras está morrendo pelo aumento indiscriminado de loteamentos, que crescem na mesma proporção voraz devotos que os políticos julgam necessitar. Nossas áreas verdes estão paulatinamente transformando-se em "novas caieiras" sem a infra-estrutura adequada, pois vultosos recursos deverão ser mobilizados para atender as áreas loteadas, resta apenas sabermos se eles existem, já que tudo nos leva a crer na insuficiência de dinheiro, até para a cidade já existente, é só sairmos as ruas para ver o mato crescendo, a sujeira impune, abrigos de ônibus destruindos a anos, sinalização de trânsito em estado precaríssimo, calçadas arrebentadas, escolas mal tratadas, até a outrora bem cuidada grama em frente a Câmara cresce impoluta.

Mas voltemos aos loteamentos, hoje somos aproximadamente 25.000 almas, vivendo em relativo sossego, com os problemas acima apontados, e mais alguns de convivência obrigatória, como a falta de um policiamento adequado uma ligação rodoviária problemática, um transporte urbano longe do mínimo indispensável, um transporte ferroviário que dispensa comentários elogiosos, excesso de mão de obra não qualificada, escassez da qualificada, etc. Com os novos loteamentos a solta, passaremos rapidamente de 25.000 almas para 60.000 ou 70.000, o que certamente triplicará a necessidade de investimentos em infra estrutura (asfalto, água, esgotos, rede elétrica, policiamento, assistência médica, etc.) e recursos nós sabemos andaram um tanto quanto escasso, pois crescem aritméticamente em relação ao necessário, que voa em proporção geométrica (perdoe-nos Malhus pela comparação). A implantação de novos polos industriais torna-se cada vez mais restrita, face a política de desconcentração industrial praticada pelo Governo, que deseja aliviar a Grande São Paulo da concentração fabril, dessa forma não poderemos oferecer o número de empregos que será exigido, muito menos os impostos necessários para a manutenção do Município. Entretanto permanece sem resposta uma grande pergunta: os caieirenses concordam em trocar seu relativo sossego atual, por uma vida tipo Santo André, Diadema, e outros tantos Municípios inchados populacionalmente? Notamos em nossos vereadores completo desconhecimento com a situação mundial, pois enquanto todas as forças nacionais e internacionais unem-se na defesa do que ainda resta da natureza, leis são votadas pela nossa Câmara, obrigando a única reflorestadora da região, a iniciar novos negócios, os loteamentos, obviamente pressionada pelos altos impostos incidentes sobre a terra, que economicamente torna-se inviável para o reflorestamento.

Entretanto lotear é um negócio altamente rentável, mesmo que o custo seja a não preservação da saúde da população , que depende do oxigênio gerado pela floresta.

Forçoso lembrar que a conscientização da Câmara legislativa se faz imprescindível, para que novas Leis sejam votadas, mas voltadas para a preservação de floresta, que afinal é a preservação da própria espécie humana, esse grande legado ecológico, deixado pelos visionários do futuro, os irmãos Weisflog, não pode ser destruído pela nossa geração, sob pena de sentarmos no banco dos réus em um futuro breve, tendo como promotores de acusação, nossos filhos.

Jornal Folha Regional