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Julho de 2003
População de Caieiras espera dias melhores na Saúde

A reportagem de capa da última edição entitulada: "A saúde de Caieiras está na UTI" teve um efeito avassalador em todos os segmentos populacionais. Mas não era para menos, afinal de contas, partiu exatamente do ex-líder do governo, médico e ex-presidente da Câmara Municipal, Roberto Hamamoto, a iniciativa de denunciar as reais condições da saúde pública do município.

Para quem ainda não sabe, numa daquelas sessões onde não acontece nada, o vereador médico resolve subir na tribuna e contar à população que não dá mais para segurar uma situação cuja tendência era piorar se não fossem tomadas providências imediatas.

O parlamentar durante mais de 50 minutos relatou aos presentes, em pormenores, os problemas da Saúde Pública Caieirense, desde a falta de aparelhagem (ultra-som) para trabalhar. Está tudo gravado na Câmara Municipal. E o próprio vereador, segundo fontes, teria ido até o prefeito e confirmado o que dizia a reportagem.

A redação tentou uma entrevista com o vereador, que solicitou as perguntas por escrito. Depois, por celular, avisou que iria, pessoalmente, à redação para entregar as respostas e falar com a jornalista. Até às 18h do fechamento da adição não tinha retornado.

A situação da saúde pública - O prefeito Névio Dártora não gostou da reportagem. É aceitável do ponto de vista administrativo. Principalmente, quando tem realizado um arsenal de obras importantes para a população. No setor educacional, Caieiras possui uma infra-estrutura de dar inveja as cidades vizinhas. No esporte, sediou pela segunda vez, os jogos regionais com resultados expressivos para o município. Sem falar, da montagem da infra-estrutura esportiva nos bairros retirando os jovens da rua e colocando-os na prática dos esportes.

Mas o prefeito não é onipresente em todos os setores. Por mais que tente fazer, os problemas da saúde pública são muitos. Não será de uma hora para outra que vai conseguir a mesma coisa que em outros setores. Diariamente, a mídia mostra aos brasileiros que o problema é nacional e não restrito a cidade de Caieiras.

A reportagem tentou retratar apenas o que uma pessoa de dentro do sistema, no caso, o médico Hamamoto, teve a coragem de discutir abertamente com seus colegas parlamentares. Tanto é verdade, que naquela sessão, o vereador Milton Valbuza conclamou seus colegas a irem juntos, discutirem o problema com o chefe do governo municipal.

A reação do prefeito - No mesmo dia da saúde do jornal, o prefeito deu explicações à população por meio de seu programa: "Bom dia, prefeito", na rádio Sat 102,9 FM das 8h às 12h com o jornalista José Roberto. Durante quase meia hora, o prefeito Névio deixou claro que tem feito tudo para melhorar a vida dos munícipes. A prova maior disso concentra-se na maior promessa de campanha que deverá acabar com o problema de vagas em leitos hospitalares públicos. Até o final de seu mandato vai inaugurar o Hospital e Maternidade Municipal.

Em seguida, Névio chamou à atenção para a sua preocupação em atender os munícipes dos bairros afastados.

Lembrou que logo será inaugurado o posto médico de Vila dos Pinheiros. Já entregou os dos bairros de Santa Inês e do Morro Grande. E assegurou que fará com que a UBS das Laranjeiras passe a atender 24 horas.

Em termos de transporte na Saúde lembrou que a população já observou um aumento na frota de veículos. Sendo o destaque para duas novas ambulâncias, qualificadas como as mais modernas da região. Segundo experts no assunto, nem mesmo a DIR-IV possui veículos como esses em sua frota.

As mudanças - Logo no início da semana após a circulação do jornal, o mundo político e a população foi surpreendida por uma reunião no gabinete do prefeito. Participaram diretores do departamento Jurídico (Francisco Carlos Lupianha e Wagner Galera). Da secretária de Saúde, Eugênio Tibúrcio. A ausência do secretário Marcelo de Oliveira provocou rumores de que a sua relação com a cúpula Executiva está em baixa.

Tanto é verdades, que a reportagem tentou um contato na secretaria para uma entrevista, e a resposta do diretor Torres foi de que somente Marcelo poderia falar alguma coisa. E neste momento estava em férias. Forçadas?

Ninguém sabe, ninguém se pronuncia. O silêncio reina na secretaria e na própria prefeitura a respeito do assunto.

Segunda fontes de dentro da prefeitura, dificilmente ele volta ao comando da Secretaria. Quem vai responder de agora em diante, será o coordenador Eugênio Tibúrcio. Profissional com circulação privilegiada na DIR-IV.

As novas medidas - O prefeito anunciou na reunião com o departamento de recursos humanos a autorização para contratar seis médicos (clínicos gerais, oito auxiliares de enfermagem e um ortopedista). Reivindicações de todo o corpo clínico da Secretaria de Saúde para resolver a demanda progressiva de pacientes, sobretudo no Pronto Socorro Central).

Não bastasse isso, autorizou a abertura do processo para contratação de uma clínica que cuidará em prestar atendimentos nas seguintes especialidade: dermatologia, oftalmologia, neurologia, gastroenterologia, otorrinolaringologia, urologia, pneumologia, cardiologia, endocrinologia, hematologia, vasculas e reumatologia.

Para a enorme procura de Fisioterapia, anunciou, também, a implantação do atendimento no Hospital Fabiano de Cristo (Laranjeiras).

Outra medida anunciada, de impacto, refere-se a reivindicação dos cabeças pensantes em saúde, ou seja, a ampliação do Programa de Saúde da Família (PSF) junto as comunidades.

Quanto a falta de medicamentos, o prefeito providenciou a reposição quase de imediato em todos os pontos, sobretudo, do PS central. Não acreditam? Segundo alguns funcionários, o que faltava, apareceu de imediato: esparadrapos, anti-hipertensivos etc.

Jornal Gazeta Regional