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31/08/04
Rudi Satrapa

Olá amigos da Caieiras antiga: vamos matar a saudade (aliás, matar de verdade a saudade, a gente nunca consegue; no máximo, damos umas pauladas nela, pra ver se ela se aquieta). Quero compartilhar com os caierenses, essas imagens da fábrica, em dois momentos de sua história: a foto em preto e branco deve datar da década de 20 e a colorida de meados de 1960 (seria muito oportuno se algum amigo pudesse precisar melhor as datas dessas fotos). Um fato interessante chama a atenção na vista aérea mais recente da fábrica: cadê o povo nas poucas ruas que aparecem? Quando e em que horário a imagem foi feita? Será que foi num domingo bem cedo? Não parece que as portas do armazém estão fechadas? Só se consegue identificar uma pessoa atravessando a velha ponte de madeira sobre aquele rio mais colorido que um arco íris, de uma época em que nem se sonhava em falar em preservação do tal de meio ambiente. Será que a ausência de pessoas nas ruas já prenunciava o fim? Tenho a sensação de que ninguém queria ser o último, que é sempre quem apaga as luzes ao sair. Mas, filosofia à parte, é sempre gostoso dar um pulinho no passado; quantas histórias pessoais se desenrolaram naquele pequeno agrupamento de casas de tijolo à vista; com certeza algumas foram boas, outras nem tanto. Aluguel? Nem pensar. Contas de luz e água? Só se ouvia falar que em outros locais do planeta as pessoas tinham de pagar. Caieiras, com seus "bairros" ou vilas(Fábrica, Monjolinho, Cerâmica) estava localizada em outro pedaço do universo e, por estar tão distante da realidade, acabou sendo extinta; sua chama foi se apagando devagarzinho, junto com a de muitas pessoas. Hoje é absolutamente impossível "recriar" um lugar como aquele, onde, entre outras coisas, as casas tinham portas que serviam só pra não entrar poeira. A fábrica ainda existe (dá pra vê-la quando a gente passa pela rodovia dos Bandeirantes - nome bem apropriado aos que fizeram sua história); mas são só a fábrica e a "capelinha". Se a gente apurar os ouvidos, será que ainda dá pra ouvir a sirene das 6, das 2 e das 10? Cordiais saudações "eletrônicas" aos amigos. Rudi Satrapa

PS: gostaria de conhecer o nome do responsável (ou dos responsáveis) pela edição deste jornal para poder parabenizá-lo(s) pela brilhante iniciativa.

Rudi Satrapa