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Dezembro de 2004
Destaque para os regentes das bandas

Maestros deixam ensinamentos aos músicos das orquestras. Francisco Assis foi dinâmico para evoluir a arte no município.

Um dos primeiros maestros a receber destaque em Caieiras foi Leôncio de Barros, regente da "Corporação Musical Fábrica de Papel", primeira banda musical do município. Ele era tenente da Força Pública e foi convidado a assumir o ensino musical aos aspirantes a músicos para oferecer diversão à população.

Entre os anos de 1922 e 1923, após da morte do maestro Leôncio, o regente Arthur Patti veio a Caieiras para dirigir a banda, dando lugar, tempos depois, ao maestro Abílio Vieira. Nesta mesma época desponta, na "Cidade dos Pinheirais", o saxofonista da Marinha de Guerra do Brasil, Francisco Assis Fernandes, que ingressou na Corporação como contramestre, auxiliando Abílio.

A chegada de Francisco Assis revolucionou o Clube Recreativo Melhoramentos devido ao dinamismo. O amor à arte permitiu a criação, em pouco tempo, de um grupo teatral infantil e de adultos, atraindo público da cidade e toda a região. Junto a Miguel Lopes, escriturário da Melhoramentos, organizou o primeiro batalhão de escoteiros. Eles eram admirados pela população local e também pela de fora.

Abílio Vieira deixou a Corporação Musical devido a enfermidades. Francisco As-sis assumiu a regência da orquestra por algum período até a diretoria do clube optar por contratar outro profissio-nal. José Bovolenta, maestro de Jundiaí, foi acionado e Francisco voltou ao posto de contramestre.

O Clube União Recreativo Melhoramentos de São Paulo também possuía uma banda que passou a ser regida por Bovolenta. Quarta e sexta-feira ele ensaiava a Corporação do Clube Recreativo e na terça e quinta-feira era a vez dos músicos do União Recreativo obterem conhecimentos.

Em 1934, o maestro José Bovolenta, acometido por uma grave enfermidade, se retirou das duas bandas. Em razão da morte do regente a orquestra do União chegava ao fim. Assis Fernandes assumiu novamente a regência do Clube e muitos músicos da banda desfeita se tornaram integrantes da Corporação Fábrica de Papel.

Atuação

Francisco Assis Fernandes era escriturário na Cia Melhoramentos e nas horas de folga ministrava aulas de músicas no salão do Clube Recreativo Melhoramentos. Ele foi dispensado dos serviços, tempo depois, para se dedicar à banda e à arte.

Acompanhado por amigos como Sergio Valbusa e Clarice Lucietto, Francisco ensaiava as crianças para o grupo teatral, programas de calouros e de danças. E assim as atividades culturais e artísticas foram desenvolvidas até a troca da diretoria do Clube, que escolheu por se dedicar apenas ao futebol.

Em conseqüência da marginalização da banda e do grupo de teatro, a freqüência dos associados ao clube diminuiu e os músicos, desgostosos, acabaram por desfazer a orquestra, permitindo que a cidade ficasse por um longo período sem bandas musicais.

Aposentado pela companhia, Assis Fernandes, morador do bairro Cresciúma, vila localizada do lado de fora da Cia Melhoramentos de São Paulo, não perdeu o amor pela música e pelo teatro.

Propôs, junto ao advogado Armando Pinto, presidente da Sociedade Amigos de Caieiras, a formação de uma nova banda na sociedade. Em acordo com a diretoria do Clube Recreativo Melhoramentos, adquiriram todos os instrumentos e partituras da extinta orquestra por um preço simbólico e formaram a "Corporação Musical Sociedade Amigos de Caieiras".

A ocasião foi bem oportuna, haja vista que um incêndio de grande proporção destruiu por completo o salão do Clube Recreativo, local onde também eram guardados instrumentos e partituras que conseguiram ser preservados.


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