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Ilha das Cobras - Parte 3

Agora “vamos passar o microfone” para o Sucuri que também é conhecido como Dinho e seu nome completo é Eduardo Pinto Cunha. Seu Pinto, já pode falar e testaremos sua memória pelas lembranças dos antigos moradores.

---Pois não! Como já sabem meu nome, o do meu pai era Afonso Pinto Cunha e o da minha mãe Angelina, e ela era da família dos Gondari. Nasci mesmo aqui na Ilha das Cobras e lembro-me de todos antigos vizinhos. Na primeira casa aqui da esquerda, sendo uma das pontas da “ferradura”conforme foi explicado, morava o casal Benjamim e Ofélia Nani e seus filhos eram: Reolando, Clarice, Ivete, Ademir, Arlete, Roberto, Marina, Jakson e Milton. Vizinha deles era a casa onde eu morava, eu, sendo filho único. Lá no fundo, da esquerda para a direita, ficava a casa do Armando Pastro, casado com Alice Constantini e tinham seus filhos, Joacir e Denise. À direita deles morou Miguel e Ditinha Miranda com os filhos Dulce, Carlos, Cecília, Miguel Ângelo e Marcelo. Agora, começando aqui pela direita, a casa da ponta era do Timóteo Santana, marido da dona Ana, eram pais de Aparecida, Iracema, Ditinha, Matilde, Odete, Ceci, Ivone, Terezinha, Orlando (Quimbo) e os gêmeos Algeu e Moacir. Seus vizinhos colados eram João Grosso (como era conhecido), sua esposa Angelina e os filhos Araci, Mercedes, Neno e o Amauri. Depois de um espaço, a próxima casa era da família Muniz, Joana, Olívio e Marcos, filho da dona Maria que era viúva. Outro filho, o Domitílio havia se casado e não mais morava entre eles.

Por fim, vizinho dos Muniz, morava o Bentinho, sapateiro nas horas vagas e marido da dona Rosa e Rosalinda, Orlandinho e Talico eram seus filhos. Lá, a casa deles sendo vizinha da casa do Miguel Miranda, completava aquela “ferradura” imaginada para facilitar a compreensão da disposição das casas.

Como deu para perceber, partindo de lá do fundo até a ponta à nossa direita onde era a casa do Timóteo, este lado da vila era mais comprido que o lado esquerdo onde só duas famílias moravam, a do Benjamim e a minha. Todas as casas eram duplas, isto é, cada uma tendo sua divisão pelo meio, abrigava duas famílias.

 

O Dinho Sucurí tem boa memória. Revivemos todos antigos moradores da Ilha das Cobras e Caieiras lhe é agradecida.

Também veio à lembrança, um fato muito triste e o Dinho se lembra também.

Na casa que morou o Armando Pastro, antes dele morou um senhor chamado Maximiano, se este era mesmo o nome dele. Ele tinha um filho que se chamava Alcebíades, e o rapaz, pouco participava das brincadeiras com outros garotos porque, mais dedicava seu tempo ajudando seus pais nas tarefas caseiras.

O Alcebíades morreu e aquele pai chorou tanto, tanto abraçou o filho inerte, pronunciando frases de desespero e aquela cena com emoções tão fortes, ficaram gravadas na criança que eu era, por isso, ainda me lembro.

E assim, o jornal eletrônico “A Semana” reviveu um pedacinho das lembranças de quem viveu na Caieiras antiga onde existiu a Ilha das Cobras.


Altino Olimpio