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16/11/2009
Tudo terminou...

Outrora não era como é agora. Hoje estamos a lembrar e a contar a história de uma existência parecida com uma lenda, presente ainda na consciência, igual a uma música que tanto emocionou e no passado ficou. O lugar parecia abrigar a paz contida numa feliz profecia e hoje que a vida parece tão vazia lembrar dá tristeza e alegria. O apito da fábrica anunciava as horas e elas com minutos mais lentos, naqueles tempos não havia tanto agito no nosso viver sem tormentos. Os dias eram calmos numa guarida para mais se sentir a vida. Nas ruas, crianças nas suas inocentes algazarras tinham o coral do canto das cigarras. As borboletas com seus bate-cores eram o símbolo da vida sem temores. As calmas e longas noites tinham os encantos dos piscas-piscas dos pirilampos. O rádio era o entretenimento onde havia poucas opções de divertimento, mas, naquele costume de receber visitas em casa, elas é que eram as artistas. Aquela gente daquele lugar era mais móvel, mais se via, mais se encontrava, mais se unia mesmo quando não possuía automóvel. Aqui estamos “falando” da antiga Caieiras, lugar este de um povo feliz onde a honestidade e a sinceridade das amizades eram corriqueiras. Aquela Caieiras agora é deserta de moradores mantendo em si apenas as indústrias de papel e suas extensas matas pelos arredores. A maioria daqueles seus habitantes dada ao cultivo da honestidade e amizade já é falecida deixando a doer como uma ferida, a lembrança de que nunca mais seremos como antes. Sendo município desde mil, novecentos e cinqüenta e oito e mantendo seu nome teve como princípio a antiga Vila Cresciuma vir a ser o Centro de Caieiras, onde, devido a sua acidentada topografia não bem a agora cidade se acostuma. Dispersos por este e outros lugares da região, muitos de outrora parecem ser solidão, pois, como antes não se encontram como se encontravam a toda hora, conformados ou inconformados mais vivem isolados. Seus descendentes e mesmo aqueles de parentes existem como se fossem ausentes porque tudo mudou neste agora de amizades apenas aparentes ou convenientes. É, nesta vida tudo passa e é comum entre aqueles dos bons tempos passados o reagirem sobre estes os considerando sem graça.


Altino Olympio