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06/09/2010
Pau de amarrá égua

“Pau de amarrá égua”

No antigo e extinto Bairro da Fábrica de Caieiras existia um local apelidado de “pau de amarrá égua”. Tal pau na verdade eram muitos paus. Afixados em fila e na mesma distância entre eles eram grossos e redondos e podiam ser chamados de toras, caibros ou mourões, mas, pau parecia ser mais conveniente. Lá estavam para impedir que algum veículo desgovernado despencasse pelo declive que ia terminar no Rio Juquery. Também era um local de encontros. Pessoas de vilas e bairros adjacentes combinavam se encontrar lá para depois seguirem para o clube ou para embarcar na maquininha, trenzinho que os levava para outros destinos fora das terras da Indústria Melhoramentos de Papel. O “pau de amarrá égua” era famoso com seus paus duros a pique. Quando lá alguém impaciente estava esperando alguém e o alguém demorava a chegar, o consolo era escolher um pau duro para se encostar. Muito tempo passou. Tudo desapareceu, os bairros, as vilas e muitas das pessoas daqueles tempos já partiram. Mas, com seus paus enfileirados, o pau de amarrá égua continua visível na memória. “Hei, você vai hoje ao clube jogar snooker? Espero-te lá no pau de amarrá égua às dezenove horas”. Pau de amarrá égua... Quem foi daquele lugar e daqueles tempos é que sabe da saudade que ele deixou. Só pelo fato de alguém citar o nome “Bairro da Fábrica” ele ressurge na mente. E lá está ele como sendo a principal referência daquele paraíso perdido.



Altino Olympio