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20/12/05
Sem Retorno

Nós, quando nos percebemos como nós mesmos, já estamos no mundo.
Desde a meninice, temos dado continuidade ao nosso viver, inconscientes do por que ou para que surgimos. Tudo pareceu-nos como agradável e nós como crianças descontraídas enfeitamos os nossos lares. Felicidades eram estampadas nos sorrisos de nossos familiares.
O passar dos anos trouxe responsabilidades e nós nem questionamos se as pedimos ou não.
Nos colocaram neste mundo com ele à nossa disposição para depois com nossa adaptação, ficarmos à disposição dele. Até pareceu uma traição!
Adaptação mais significa profissionalmente competir com outros e sobressair-se deles nas conquistas materiais que servem como padrão para o orgulho ou vaidade humana.
Alguns jovens já se rebelaram assim: “Eu não pedi para nascer! Porque nasci querem que eu seja como querem?”
Com poucas exceções, muitos, condicionados foram pelo materialmente existir, em detrimento ao apenas existirem por existirem que é improducente para a sociedade.
Porém, atualmente, existir por existir é uma impossibilidade. Os encargos para se manter na existência, comparações e as cobranças por equiparações torna qualquer um prisioneiro de sua vida, conquanto seja suscetível a elas.
Diz ser costume de outro povo, se chorar quando nasce uma criança. Seria pelo temor de um futuro incerto? Seria pelo premeditar sofrimentos?
O que se espera do filho de um casal com fracas condições mentais? As misturas de seus genes no filho, seriam melhores do que quando nos pais? Como pra saber é só depois do fazer, consequências que decaiam sobre o filho, apesar dele, envolver os pais com elas.
Vale a pena colocar um filho no mundo para vê-lo inferiorizado e incapaz de participar da competição cruel destes nossos dias? Sim ou não, isso depende de qualquer um.
Muitos preferem dizer: “Foi vontade de Deus, Ele cuidará do meu filho”. Embora continuem acreditando nisso, não é isso que vemos. É fácil transferir irresponsabilidades para Deus, difícil é admití-las. Bem tarde na vida, aqueles preocupados com a realidade dela, podem se perceber como frutos de inconsequências, depois deles também terem sido inconsequências pelos frutos que produziram. É assim que a humanidade continua.
Uma maioria de inconsequentes sufocando a minoria de consequentes.
Nossa! Que pessimismo... ... tudo porque ontem não foi possível assistir a novela.

Altino Olímpio