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13/01/06
Nosso Lado Invisível - Parte 2

Como indivíduo o ser humano torna-se divino, mas como grupo, freqüentemente reduz-se à sua natureza mais inferior. As massas ou turbas são sinônimas de ação ignorante e mal-orientadas. A consciência humana é capaz de coisas melhores que as expressam em ação de massas. Quando as sociedades e as teorias políticas colocam o valor do Estado acima do valor do indivíduo, quando tentam, como acontece, subordinar o indivíduo à vontade dos grupos, então, ao invés de estarem elevando os grupos ao nível intelectual, moral e ético do indivíduo, estão trabalhando contra os princípios da evolução. A evolução deve ocorrer no indivíduo e depois se espalhar pela sociedade. Para que o indivíduo preencha seu lugar de direito no esquema cósmico, deve desenvolver os atributos que o farão uma entidade racional, inteligente. O homem deve apreender a natureza de sua consciência, quais as suas funções e o modo de utilizá-las.
Sobre o ego, Jung disse: “O ego é um complexo conjunto de dados constituído em primeiro lugar dum organismo de existência e, em segundo lugar, de dados de memória. Temos certa noção de existência devido a uma longa série de impressões da memória. Esses dois são os principais constituintes do que chamamos ego. Por isso, podemos considerar o ego um complexo de fatos psíquicos. Esse complexo possui grande poder de atração como um magneto. Ele atrai conteúdos do inconsciente, daquele reino obscuro sobre o qual nada sabemos. Atrai também impressões do exterior que, quando entram em associação com o ego, são conscientes. Quando não entram em associação com o ego, não são conscientes”.

Nesta definição aplicada ao ego, mais ou menos entendemos como sendo o ego, o nosso estado consciente. A consciência evidencia-se em duas formas: a consciência objetiva ou material ou intelectual e a consciência subconsciente.
A consciência objetiva é a mente do cérebro. É o meio pelo qual temos consciência de nós mesmos e é o receptor das sensações que nos dão o conhecimento do nosso ambiente. Pensamos e temos nosso ser na mente objetiva.
O subconsciente é a região logo abaixo do nível da consciência. É a região da memória, das experiências passadas. A maioria dessas experiências facilmente recordáveis, razão porque, são chamadas de recordações.
Se perguntarem nosso nome, a reação normal é lembrá-lo imediatamente. O mesmo processo de recordação aplica-se a todos os fatos comuns. Conforme nos servimos cada vez menos de certos conceitos ou idéias, e à medida que envelhecemos, o processo de recordação é às vezes, menos acurado do que gostaríamos que fosse.
Consciência refere-se normalmente a ambas áreas, a objetiva e a subconsciente, que não passam de termos relativos. Não existe estado que seja puramente objetivo e estado que seja puramente subjetivo, do mesmo modo que não podemos separar do sol a luz e o calor.
Ambas são parte da radiação do sol, assim como a consciência objetiva e a subjetiva fazem parte da consciência.


Altino Olímpio