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25/05/2006
A Psique Humana – Parte 2

Como indivíduo o ser humano é melhor, mas, como grupo, freqüentemente se reduz à sua natureza mais inferior. As massas ou turbas são sinônimas de ação ignorante e mal orientada. A consciência humana é capaz de coisas melhores que as expressam em ação de massas. Quando as sociedades e as teorias políticas colocam o valor do Estado acima do valor do indivíduo, quando tentam, como acontece, subordinar o indivíduo à vontade dos grupos, então, ao invés de estarem elevando os grupos ao nível intelectual, moral e ético do indivíduo, estão trabalhando contra os princípios da evolução. A evolução deve ocorrer no indivíduo e depois se espalhar pela sociedade. Jung, em certo grau, anteviu a importância do desenvolvimento individual.

Para que o indivíduo preencha seu lugar de direito no esquema cósmico, deve desenvolver os atributos que o farão uma entidade racional e inteligente. O homem deve aprender a natureza de sua consciência, quais as suas funções e o modo de utilizá-las.

Jung disse: “O ego é um complexo conjunto de dados constituído dum organismo de existência e de dados de memória. Temos certa noção de existência devido a uma longa série de impressões da memória. Esses conjuntos de dados são os principais constituintes do que chamamos”ego”. Por isso, podemos considerar o ego, um complexo de fatos psíquicos que, possui grande poder de atração como um magneto. Ele atrai conteúdos do inconsciente, daquele reino obscuro sobre o qual nada sabemos. Também atrai impressões do exterior que, quando entram em associação com o ego, são conscientes e quando não entram não são conscientes.

A consciência evidencia-se em duas formas: uma delas chama-se consciência objetiva, consciência material ou intelectual e a outra se chama consciência subconsciente. A consciência objetiva é a mente do cérebro e o meio pelo qual temos consciência de nós mesmos e é a receptora das sensações que nos dão o conhecimento do nosso ambiente. Sempre que pensamos, mesmo estando num estado subjetivo, temos nosso ser na mente ou consciência objetiva.

O subconsciente é a região logo abaixo do nível da consciência. É a região da memória, das experiências passadas e a maioria dessas experiências são facilmente recordadas. Se perguntado o nosso nome, a reação normal é lembrá-lo imediatamente e o mesmo processo de recordação aplica-se a todos os fatos comuns. Conforme nos servimos cada vez menos de certos conceitos ou idéias, e à medida que envelhecemos, o processo de recordação é às vezes menos acurado do que gostaríamos que fosse. O conceito “consciência” normalmente se refere à suas ambas áreas: a objetiva e a subconsciente que, não passam de termos relativos. Não existe estado que seja puramente objetivo ou que seja puramente subjetivo, do mesmo modo que não podemos separar do sol a sua luz e o seu calor, ambos são parte da radiação dele, assim como a consciência objetiva e a subjetiva fazem parte da mesma consciência.


Altino Olímpio