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25/05/2006
A Psique Humana – Parte 6

Quem não é familiarizado com este assunto se perde nele. Mas, continuando, utilizar-se apenas da consciência exterior enfraquece a lembrança de apelar para a consciência interior quando a exterior esgotou seus recursos para alguma solução. O viver apenas confiando na consciência exterior é um viver materialista. Podemos dizer que temos duas consciências, uma material e outra espiritual, entretanto, fazem parte de uma única consciência com dupla atuação. Quando atuante nas áreas desenvolvidas pelo cérebro para o nosso viver objetivo, consciente, ela é chamada de consciência exterior, “material”. Como sempre é atuante no nosso estado desperto e no estado adormecido, imperceptivelmente cuidando da saúde e da harmonia entre as funções do corpo e sem nossa interferência consciente, ela é chamada de consciência interior, “espiritual”.

A consciência pura, a toda abrangente que se divide em diferentes atuações ou manifestações, ela é um mistério para o ser humano. Ainda, ninguém foi capaz de descobrir a sua localização, se é que tem uma específica. Estaria localizada em alguma área do cérebro onde seria mais provável se situar? Ninguém descobriu! Seria uma transcendental consciência cósmica integral interagindo pelos nossos órgãos sensíveis, preparados como “canais” de recepção e intercâmbio para e com ela? Nós criamos perguntas que ainda não têm respostas. A busca pelas respostas é o “combustível” que ocasiona e acelera a evolução humana.

Em contraposição aos cientistas preocupados em encontrar o foco ou a sede da “consciência primordial”, existe uma outra versão diferente da deles que contradiz a hipótese dela se localizar em algum lugar específico. Sabe-se que todas as células do corpo humano têm inteligência ou consciência própria restrita ao que se destinam a ser. Uma célula a se constituir em unha, por exemplo, só se constituirá em unha e nunca em outra coisa. O mesmo acontece com todas as nossas células de diferentes funções, quando em conjunto se designam a formar e manter um mesmo órgão e nunca outro, cuja formação e manutenção depende do conjunto de outras células especiais para ele. Sob a visão de um potente microscópio que muito amplie a imagem de uma célula, podemos perceber no interior dela um pulsar constante. O mútuo pulsar ou vibrar unificado dos trilhões de células que possuímos no corpo constitui o “corpo psíquico” ou, agora aqui, traduzido como nossa “consciência”.

Nesta versão, com o corpo psíquico entendido como sendo toda a consciência, ela não é identificada como existente em algum local ou em algum órgão exclusivo que seja sua sede ou o centro de onde atua. São três versões de um mesmo tema, que, continuam se debatendo, cada uma tendo os seus argumentos, mas, nenhuma ainda conseguiu publicamente provar ser a real. Uma das versões considera a consciência como tendo um local donde parte suas atuações. Outra, não acreditando numa localização da consciência, entende-a como sendo o todo do corpo psíquico. A versão transcendental da consciência considera-a como sendo universal e atuante em nosso organismo, portanto, não sendo pertencente a nós. Nós temos consciência que cada leitor saberá preferir a versão correta. Sei não!


Altino Olímpio