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25/05/2006
A Psique Humana – Parte 7

Sempre distraídos ou inconscientes que somos, pensamos ser “coincidência” uma pessoa surgir na nossa memória antes de realmente se tornar presente. Podemos estar entre o vai-e-vem de muita gente numa rua de uma cidade e “sem querer” pensamos em alguém que há muito tempo não vemos. Minutos depois, surpresos, encontramos esse alguém naquelas imediações onde estamos. Depois dos cumprimentos o início da conversa é mais ou menos assim: “Fulano, agora mesmo pensei em você e você apareceu. Nossa, que coincidência!” Teria mesmo sido uma coincidência? O fulano também teria antecipado na mente o encontro? Improvável.

Ás vezes, quando pensamos em alguém de nosso relacionamento mais constante, logo a campainha do telefone dispara. É o alguém em quem pensamos. Pensamos em telefonar para alguém, e nos antecedendo ele telefona primeiro. Coincidência?

Não é tão incomum a imagem de uma pessoa aparecer na nossa mente para depois logo a seguir termos a notícia de que ela morreu. Isso nos leva a pensar: “que coincidência, depois de muito tempo, hoje mesmo estive pensando nela e agora fiquei sabendo que ela morreu”. Porém, não damos importância a esse pensamento.

A imagem de algo que ainda não queremos e não estamos precisando, vez ou outra perpassa pela nossa mente. O tempo passa e nos vemos precisando daquilo que não estávamos precisando e querendo aquilo que não queríamos. Também, mentalizamos algo que nos seja útil e posteriormente na sua real precisão o algo “coincidentemente” chega até nós de um modo inesperado e surpreendente.

Dá pra desconfiar que temos ou recebemos por dentro uma voz inaudível ou uma visão psíquica antecedente a algum fato que irá acontecer. Se fôssemos mais atentos e habituados a perceber esses momentos insólitos de antecedência a fatos, reforçaríamos mais a incidência deles. Se mais permitíssemos que nosso eu interior (eu subconsciente) se comunicasse com o eu exterior (eu consciente), nosso viver deixaria de ser tão material como atualmente é. Seríamos mais completos em discernimento para enfrentarmos com maior lucidez as circunstâncias que se apresentam. Nosso lado espiritual despertado para a nossa compreensão da existência dele, se posicionará ao lado do nosso existir material procurando interferir para impedir erros ou enganos nas nossas condutas do cotidiano. Somos mais tranqüilos no “eu e ele ou ele e eu somos um”, material e espiritualmente vivendo.


Altino Olímpio