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19/08/2008
Enganação

A maioria das pessoas é dada a se dedicar aos costumes vigentes. As buscas para atender seus lados espirituais fazem parte daquele “todos precisam ter uma religião”. Outros, indiferentes preferem o viver despreocupado de seus lados espirituais. Desacreditam que religiões possam atender seus anseios por uma evolução que os possam levar a uma melhor compreensão do que seja a existência. Para esses insatisfeitos existem as organizações filosóficas, as esotéricas, as místicas, as ciências ocultas e várias outras com a igual pretensão de promover desenvolvimento mental e espiritual. Eles adentram nessas organizações onde cada um fica sabendo que é um “escolhido” para obter as transformações, que, não são para todos. Consideram como “profanos” todos os que não se preocupam com as suas evoluções, inclusive os religiosos, aqueles de sempre dispostos a ouvir histórias repetidas de um passado longínquo, também movido pela fé de serem vigiados por uma entidade invisível.

Voltando àqueles insatisfeitos levados a serem “iniciados” nos métodos para se envolverem nos segredos das “verdades ocultas” para os profanos, muitos deles já têm a propensão para a esquizofrenia. Claro, esquecidos de manter os “pés no chão” se aventuram pelas utopias bem elaboradas das instituições a que pertencem. Muitos casos de delírios já foram constatados nesses “escolhidos” que estão na “vanguarda” da evolução humana. Os que não morreram loucos estão por ai sofrendo “perseguições do além” e pressentindo inimigos até nos mais amigos “tudo propositalmente para fazê-los abandonar suas sendas”. Muitas pessoas, providas com alguma inteligência e capacidade criativa poderiam ter sido mais úteis para a sociedade ou, pelo menos, para si mesmas, mas não, suas ambições abstracionais levaram-nas para o acúmulo de quimeras.

Pelo fim de suas vidas vemo-las amarguradas com o sentimento de terem sido enganadas. Quase nada de seus anseios se realizaram a não ser a vaidade de possuir maior “conhecimento”, mesmo, não tendo o poder de utilizá-los. Os anos de só viverem “pisando nas nuvens”, são desmentidos por suas organizações quando elas os culpam pelos seus fracassos, por não terem tido o “merecimento” pelo que almejaram. Desculpas convenientes, e assim, os “escolhidos” sempre se renovam com o surgimento de outros. Os mais antigos dessas instituições secretas ou discretas, proibidos por juramento são impedidos de revelarem para os mais novos os seus “mistérios”, pois, são prematuros para eles. Com essa isca “apetitosa” querer dissuadi-los do propósito de ser “iluminado” é perda de tempo. Para os novos e já iludidos, se os mais antigos não são iluminados como deveriam é porque fracassaram e o mesmo não irá suceder com eles e é como a mesma história sempre se repete. Coitados.



Altino Olímpio