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30/09/2008
SOCORRO!

“Somos responsáveis por aqueles a quem cativamos”. Isto se encontra num livro famoso e tal frase ainda está a provocar “obrigações” de considerações entre algumas pessoas que, consideram-se cativadoras de outras. Na verdade, cada um é responsável por si mesmo. Só porque outros cativaram as suas atenções, isso não quer significar que eles tenham obrigação de aturar trivialidades e banalidades, quando estas existem nos cativados. Aliás, os seres humanos em sua maioria são especialistas em interferências na vida dos outros. Para eles, coisas que lhes sejam “importantes”, pensam que para outros também sejam. A falta de discernimento ou pobreza intelectual faz com que transpassem para outros tudo o que neles encontrou reciprocidade. Esquecem ou não têm capacidade para saber que outros possam ser antipáticos e avessos àquilo de que gostam de exteriorizar. Sendo mais específico, na cada vez mais paixão chamada Internet, uma das promissoras aproximações amistosas entre conhecidos ou desconhecidos chama-se Orkut. Não generalizando, ele é uma festa para os banais, para os triviais e para os vazios de profundidade mental. O Brasil talvez seja o possuidor campeão de habitantes com inutilidades importantes. Agradinhos também é o que mais se vê “pirulitar” entre os autoconsiderados como adultos. Muitos vivem grudados ao computador respondendo sobre mensagens “maravilhosas” e também enviando as suas. Nesta época quando cada vez mais, maior número de pessoas estão com seus pensamentos confusos devido ao massacre de informações impertinentes à que estão expostas, muitos sem se saberem inocentes demais, ainda pensam que felicidade é cada vez mais “cativarem” amigos, quando muitos só servem para o expor de suas confusões. Assim, cativadores e cativados se locupletam em seus vazios. Aquela frase “como são maravilhosas as pessoas que não conhecemos bem” explica bem a relação entre cativados e cativadores. No início, numa relação amistosa se desconhece como alguém possa ter a grande capacidade de “cair em lugar comum” e depois, como “somos responsáveis por quem cativamos” isso se transforma numa “cruz que temos que carregar” ou, pecando contra os bons propósitos do amistoso viver social, nos vemos forçados a desconsiderar o alguém e outros iguais, considerados invasores, pois, só estão a querer transferir o que gostam na ingenuidade e mesmo incapacidade de não perceberem que o que gostam a outros desgostam. Este assunto é passível de contestação entre os divulgadores de impertinências congênitas, porque, alienados a isso, o viver deles está corrompido com a ociosidade disfarçada em amizade. Esta, coitada, agora serve de âncora para muitos se estacionarem num mar tormentoso de suas trocas de imbecilidades. Se assim são contentes, como impedir que sejam impertinentes? O “amor ao próximo” se transformou num “haja paciência” por ele, coitado, sempre ele é movido por boas intenções. Duro mesmo é “engoli-las” como tais.

Altino Olímpio