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24/08/2009
Natureza quieta

Nas árvores o som de folhas se debatendo está em silêncio, porque o vento, um dos meios da natureza se fazer notar está ausente. Por sobre a copa das árvores avista-se nuvens escuras removendo-se e se interpondo entre o azul transmissor dos dias bonitos. Já choveu e uma leve brisa paira invisível só se fazendo notar com o seu frescor. Emudecida, a natureza aquieta também a alma e ela apela para participar dos pensamentos. Neles ela se vê vendo noutras almas, as vindas a partir dela. Sim, os filhos. Primeiro como anjos tornando um paraíso os nossos lares, pareciam ser mesmo uma comunicação com o céu. Seus folguedos e alaridos pelos espaços foram os tempos mais enfeitados que tivemos. Muitas vezes estivemos a fixar o olhar neles, sentindo o sentimento mais profundo da vida. Nem lembramos que como filhos fomos causa desses mesmos sentimentos. Filhos, eles são nós mesmos a nada ser como nós que fomos suas naturezas. A eles somos a devoção seguindo seus destinos, isso sendo grande parte do nosso. Nós os vemos em pensamentos, mais nos momentos quando neles não estamos dispersos e na calma da alma de quando a natureza parece que se acalma. Ela lá fora sob um manto nublado e sem seu azulado, sem interferir, só está em ter em si os sentimentos humanos. Desumana não está a percebê-los, como também, nem todos os seres humanos são humanos para tê-los ou entendê-los.


Altino Olímpio