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26/07/2010
Os estragos do diabete no corpo

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Confira os estragos que a doença pode provocar quando está fora de controle
20/7/2010 - Abril

Olhos
Os diabéticos correm mais risco de desenvolver problemas na retina, tecido localizado no fundo dos olhos que é responsável por converter a luz nos impulsos que formam as imagens no cérebro. Se os níveis de açúcar no sangue não estão sob controle, catapulta a probabilidade de uma retinopatia — o nome científico da doença que pode levar à cegueira. Tudo acontece porque a alta concentração de glicose na circulação favorece danos nos vasinhos que irrigam o olho, causando, inclusive, sangramentos ali. Daí, a retina passa, aos poucos, a ficar com a função comprometida.

Cabeça
Anos e anos de diabete descontrolado podem favorecer a ocorrência doenças mais letais como o acidente vascular cerebral. O popular derrame costuma dar as caras especialmente nos portadores do diabete tipo 2, aquele disparado pela resistência à insulina — quando esse hormônio não consegue cumprir direito a missão de colocar o açúcar dentro das células. Nesse caso, a insulina sobra na circulação, atrapalhando a síntese de óxido nítrico, substância que dilata os vasos. Para piorar a situação, quem geralmente tem essa versão do diabete costuma apresentar também um desequilíbrio nos níveis de gordura no sangue. Com colesterol e triglicérides dando sopa nas artérias com o diâmetro reduzido, o sistema cardiovascular fica refém das placas de gordura. Quando uma delas entope um vasinho no cérebro ou um coágulo fecha a passagem do sangue em uma pequena artéria da massa cinzenta, instala-se o derrame. Novos estudos também já levantam a hipótese de que o diabete tipo 2 aumenta o risco de males neurodegenerativos como o Alzheimer.

Coração
A resistência à insulina, quando esse hormônio não consegue botar o açúcar para dentro das células, dificulta a dilatação dos vasos. O chato é que muitas vezes esse mal vem acompanhado de outra encrenca: níveis de colesterol e triglicérides nas alturas, os ingredientes que contribuem para a formação de placas de gordura nas artérias do coração. O diabete, por sua vez, contribui (e muito) para a gênese desse problema gorduroso que congestiona a circulação. Para piorar, os constantes picos de glicose no sangue ainda são capazes de provocar mais lesões nas paredes arteriais. Esse conjunto de fatores explica por que um diabético que despreza uma dieta balanceada e a prática de exercícios físicos pode sofrer um infarto.


Nervos
Os diabéticos estão entre as pessoas mais assoladas por uma neuropatia, um problema que perturba a transmissão de impulsos pelos nervos do corpo. Esse bloqueio na comunicação torna o indivíduo suscetível a dores e à falta de sensibilidade nas mãos e nos pés, por exemplo. Uma das razões desse distúrbio muitas vezes crônico é o prejuízo causado pelo diabete às inúmeras artérias que distribuem o sangue pelo corpo. Com a transmissão nervosa interrompida, o doente pode sentir anestesia e formigamento em diversas regiões, especialmente nos membros, ou, então, dores que custam a cessar.

Rins
Os órgãos que filtram o sangue estão entre as principais vítimas do diabete — principalmente o tipo 1. Isso porque a elevada carga de açúcar na circulação costuma prejudicar também os vasos ligados aos rins. Assim, esses filtros deixam de trabalhar a todo vapor, deixando de reter substâncias que, mais tarde, deveriam ser eliminadas do organismo. Com o tempo ou o descontrole do diabete, o quadro se agrava, a ponto dessas estruturas irem à falência. Daí, só a hemodiálise ou um transplante podem salvar a vida do doente.

Pés
Uma inofensiva frieira ou um pequeno machucado no pé podem se transformar num verdadeiro suplício para o diabético. Níveis elevados de açúcar no sangue prejudicam o trabalho das células responsáveis pela cicatrização. Os machucados no pé diabético abrem brechas a feridas difíceis de controlar e até mesmo gangrenas — e, assim, a complicações que às vezes só são remediadas com uma amputação. Não à toa, os médicos aconselham os portadores da doença a examinarem rotineiramente seus próprios pés a fim de flagrar e tratar qualquer ferida, por menor que ela seja. Ainda mais porque muitos pacientes perdem a sensibilidade nos membros inferiores e, por isso, passam batido por um problema na sola ou nos dedos. Os diabéticos também são mais sujeitos a tromboses nas pernas, o que reforça a necessidade de visitar o médico com certa frequência e adotar medidas preventivas, como um cardápio equilibrado e a prática de atividade física sob a supervisão de um especialista.