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17/08/2011
Consumo de carne vermelha NÂO aumenta as chances de diabetes .

A Escola de Saúde Pública de Harvard acaba de publicar um estudo extremamente controverso que contradiz tudo o que se sabe realmente sobre a Carne Vermelha, como grande aliado no tratamento do diabetes.

Vários pontos precisam ficar claro:

1) O estudo diz que consumir grãos integrais é melhor do que o consumo de carne vermelha. Isso não reflete a realidade, pois os grãos, mesmo integrais tem maior índice glicêmico do que a carne.

2) Igualar carne vermelha com carne processada (ex: Salsicha, salame etc..) também não tem sentido, já que a carne de gado criado à pasto não tem conservantes como sódio, nitritos e nitratos como nos embutidos. Isso já distancia o valor nutricional da carne vermelha com a carne processada.

3) Observaram que os indivíduos que consumiam carne vermelha eram mais gordos e sedentários. Esses dois fatores sim podem induzir ao diabetes tipo 2. Se os participantes não tinha o IMC igual ou pelo menos semelhante, o resultado perde significado científico. 

Igualar carne vermelha com carne processada também não tem sentido, já que a carne de gado criado à pasto não tem conservantes como sódio, nitritos e nitratos como nos embutidos

4) Os estudos anteriores já mostraram que o consumo de carne vermelha de gado criado em pasto é benéfico para emagrecer, prevenir diabetes e doenças cardiovasculares. Como pessoas com excesso de peso comem grandes quantidades de todos os alimentos, inclusive carne vermelha, muitas pessoas relacionam erroneamente doenças cardiovasculares com esse alimento.

5) Nem toda gordura saturada é igual. A gordura saturada boa (da carne de gado criado no pasto) ajuda no emagrecimento e na melhora da sensibilidade à insulina. A gordura saturada produzida pelo homem (gordura hidrogenada que gera gordura trans) altera a sensibilidade à insulina, o que pode causar aumento da glicemia no sangue.

6) Nosso organismo precisa de carne vermelha de gado criado à pasto para corrigir o desequilíbrio de ácidos graxos essenciais Omega 3 e Omega 6. Hoje podemos observar uma tendência de muito Omega 6 e pouco Omega 3 no organismo. Estudos mostram que esse quadro pode piorar a sensibilidade à insulina, que induz ao diabetes.  

Se tomarmos em nossas mãos livros didáticos atuais, sobre orientação alimentar, ensinado as crianças brasileiras em idade escolar, veremos que a sua base é a pirâmide alimentar proposta pelo Ministério da Agricultura Norte Americana na década de 1990.

No entanto, ocorreu uma verdadeira revolução nos conceitos alimentares, pois pesquisadores de Harvard representado por Walter W. Willett, relacionam altos índices de obesidade, doenças reumáticas e de outras enfermidades, como diabetes, câncer e aterosclerose, à alimentação que predominam os carboidratos simples.  

A pirâmide saudável e a inversão daquela proposta mencionada anteriormente, e os alimentos refinados, produzidos em grande quantidade pela indústria, ocupam o seu ápice o que significa que devem ser consumidos em pequenas quantidades, e a carne vermelha na sua base significando que deve ser consumida em grandes quantidades.


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