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08/05/2012
Culpa do viagra

Todas as vezes que este assunto vem à baila, numa roda de casais, a polêmica pega fogo e a negação do seu uso é unanimidade. Ninguém nunca tomou, ou se tomou não sentiu efeito algum! As mulheres dizem em alto e bom som: o meu marido até agora nunca precisou, neeeé benhê? Ai, ai, me engana que eu gosto diria a vovó!

Quando eu disse para um amigo que abordaria este tema numa de minhas crônicas, relatando sua engraçada estória com o Viagra, disse-me: veja lá o que vai escrever! Ou ainda: não vai me entregar!

Na verdade, existem muitas formas de se tomar Viagra. O turco, por exemplo, tem como costume amarrar uma linha fina, daquelas de pescar lambari, no centro do comprimido, e segurando-a na mão vai lambendo-o e olhando para o adormecido. Quando nota seu despertar, tira o “azulinho” da boca, subitamente, e guarda para outras vezes. Fazendo assim, um único comprimido dura dez despertadas, no mínimo. Prejuízo certo para o fabricante!

            Dizem os filósofos e especialistas nessa matéria que chifre nasceu para o homem, e que o boi só usa de atrevido. Chifre não existe, isso é coisa que as pessoas botam em nossa cabeça. Chifre é igual a dente, só dói quando nasce. Ou ainda aquele ditado italiano que diz: se tuti cornute portate une lampeone, ma que bela iluminacione. Depois do Viagra, só tem chifre quem quer, ou quem não pode fazer o seu uso por algum motivo de saúde. É tiro dado e jacu deitado! Assunta só o relato do meu amigo abaixo:

             - O maior constrangimento que sinto é no ato da compra. Às vezes, chego a passar em várias farmácias, até encontrar uma em que o atendente seja do sexo masculino - não necessariamente homem! Eu morro de vergonha de comprar com as mocinhas! Fico imaginando o que elas irão pensar. Muito provavelmente será: velho broxa descarado, vai dar trabalho para a esposa hoje, hein!

Há pouco tempo atrás, li numa revista que algumas mulheres de uma cidadezinha americana estavam processando a Pfizer, pelo lançamento do Viagra.  Alegavam que já tinham encerrado a vida sexual e estavam em paz com o mundo, ate que seus maridos descobriram o milagre da pilulazinha azul. A partir daí suas vidas viraram um inferno.  Acabou o sossego!

 Sem dúvida, com a vinda desse milagroso medicamento, muitos suicídios foram evitados, consultas psiquiátricas canceladas e muito dinheiro poupado no tratamento da impotência masculina.

            Estou começando a achar que o grande responsável pela felicidade na melhor idade, passa pelo atrevimento do potente Viagra e similares. A magia dessa pílula, azul celeste, tem elevado a auto-estima de muitos. Mas também levado alguns mais afoitos para o buraco. Morte súbita! Imagina a vergonha da pobre viúva no velório, tendo que explicar a “causa mortis”! É pra acabar!

             Recomendo aos que estão sem praticar sexo, há muito tempo, que antes de tomar o remedinho, usem o óleo WD-40, - desenferrujante supimpa para utensílios com pouco uso. O produtinho é bom pra cacete, apesar de estar infernizando a rotina de senhoras acomodadas e ressuscitando o finado de muitos homens que já tinham quietado o facho e viviam na penumbra das glórias do passado! Em tempo: ainda não precisei fazer uso do dito cujo, mas se precisar irei comprar com um balconista também. Com as mocinhas, nem em pensamento! É como se diz: a velhice traz sabedoria, pena que esta sabedoria chega um pouco tarde!

E VIVA O DESABROCHANTE AZULZINHO CELESTE!

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Osvaldo Piccinin