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23/01/2013
Balanço 2012

“Pibinho”


No início do ano a estimativa para o PIB girava em torno de 3,3% mas não vai crescer mais de 1%. A indústria e o investimento não reagiram às ações de estímulo do governo e muito se especulou sobre o possível processo de desindustrialização do país.
A formação bruta de capital fixo, indicador que mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital ( máquinas, equipamentos e material de construção utilizados para produzir outros bens), ou seja, indica a capacidade de produção do país e é um indicador de atividade futura despencou 3,9% em três trimestres.
O “Pibão” ficou para 2013. A estimativa de crescimento do Relatório Focus, divulgado dia 21/01/2013 pelo Banco Central, indica que o PIB deve ficar em torno de 3,19%.

Royalties
Muito se especulou sobre os royalties de petróleo e a possível mudança na forma de arrecadação tributária dos estados, mas o ano terminou e não houve acordo. Câmara e Senado aprovaram texto que repartia entre produtores e não produtores de renda de campos licitados, contudo Dilma Roussef vetou o artigo para evitar ação no STF. Parlamentares articularam, sem sucesso, a derrubada do veto.
Aguardemos o desfecho em 2013.

Câmbio
O dólar alcançou o nível de R$ 2, subiu 9,4% no ano, mas ajudou pouco nas exportações, dada a desaceleração de consumo mundial.
Há o paradoxo do aumento do dólar, pois a priori melhora as exportações, contudo no longo prazo se torna insustentável para a indústria pois muitos insumos, máquinas e equipamentos de alto valor agregado são importados e a um nível elevado do dólar, eleva o custo dos produtos e diminui a competitividade perante os produtos importados.
Por tanto, o governo deve adotar medidas para manter o dólar em um nível competitivo e que tente assegurar benefícios tanto para os exportadores quanto para os que dependem das importações para dar continuidade aos seus negócios.

Infraestrutura – Ponto crítico
Segundo especialistas, a dificuldade em solucionar gargalos da infraestrutura é apontada como o problema mais grave do governo uma vez que essa área é vista como decisiva no que tange o crescimento econômico, aumento de produtividade e redução de custos do setor privado.
Mesmo com os planos de concessões de rodovias e aeroportos anunciados para tentar minimizar os gargalos ainda são insuficientes. O governo deveria investir mais ou incentivar mais a iniciativa privada, pois esse segmento é o que gera crescimento no longo prazo.

Questões Sociais – Pontos positivos
Em 2012, o número de miseráveis ( pessoas que vivem com menos de R$ 70 por mês)  teria chegado a 2,5 milhões de pessoas ante 8 milhões segundo dados coletados na PNAD ( Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio. E o governo ampliou medidas de busca para encontrar os brasileiros que estão na miséria e não são alcançados pelas políticas públicas ( estima-se que são 700 mil pessoas).
Segundo dados do IBGE, em novembro, a taxa de desemprego analisado nas seis principais regiões metropolitanas caiu para 4,9% e a renda média também manteve permanente expansão apesar dos “ventos ruins da economia”.
 


Mariana Aleixo Boani - Economista