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30/01/2013
Não esperem que o câmbio ‘derreta’, diz Mantega

Ministro negou mudança em política cambial e disse que o governo só evita a valorização especulativa do real

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que não se deve esperar "que o câmbio venha a derreter" e que o real pode flutuar dentro de um patamar que garanta a competitividade da indústria. Pouco depois da fala do ministro, o dólar subia 0,65%, a R$ 1,999, após terminar a terça-feira no menor nível desde maio de 2012, a R$ 1,986.

"Não estamos mudando a política cambial, a política é a mesma: não permitiremos uma valorização especulativa do real e isso veio para ficar. Aviso aos navegantes: isso veio para ficar. Não se entusiasmem porque isso (a valorização especulativa) não vai acontecer", afirmou o ministro da Fazenda a jornalistas.

O ministro buscou minimizar a queda na cotação, procurando ressaltar que o importante é a pequena flutuação de modo a não prejudicar os exportadores.

"O importante é estabilidade sem muita volatilidade, porque atrapalha o exportador. Nos últimos seis meses, teve grande estabilidade do câmbio, isso não quer dizer que fique fixo, ele tem flutuação."

Mantega disse ainda que variações entre R$ 1,98 e R$ 2,03 não são "muito importantes".

Inflação

Mantega também rejeitou que a desvalorização recente do dólar indique uma preocupação com a inflação. "(O câmbio) não é instrumento instrumento de política monetária para baixar preços. O único instrumento é o juros e outros mecanismos que o Banco Central pratica", afirmou. "Se o câmbio ficar estável, ele não gera inflação", completou.


O Estado de São Paulo