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03/06/2014
Crianças “descriançadas”

Crianças “descriançadas”

Antigamente quando crianças, nós mais vivíamos com as coisas do mundo. Quando adultos mais convivemos com as coisas dos homens. Mas, atualmente, as crianças também são afastadas do convívio com as coisas mundo, ou da natureza, para se entreterem com os inventos adultos. Não é de admirar se existem crianças que nunca viram “pés de bananeiras”. Agora elas ficam reclusas em suas casas com seus apetrechos eletrônicos. Aquelas brincadeiras de rua não mais existem de quando meninos e meninas juntos compartilhavam das brincadeiras. Hoje as crianças não podem “tomar chuva” e nem ficarem descalças porque “pega doença”. Os pais de agora sempre estão a dizer para os seus filhos a não conversarem com estranhos porque é muito perigoso. Há uma separação entre conhecidos e estranhos. Os conhecidos são bonzinhos e os estranhos são perigosos. Sobre isso é preciso pensar um pouco. Os estranhos, essas criaturas chamadas de seres humanos e como dizem civilizadas, elas são mesmo tão temíveis? Sempre se ouve dizer que os seres humanos são o ápice da criação. São “as meninas dos olhos de Deus”. Dizem que somos todos irmãos (menos os estranhos). Também falam do ter amor ao próximo seja ele conhecido ou estranho. É estranho esse amor também aos estranhos se eles amedrontam e os pais pedem aos filhos para evitá-los. Alguma coisa “não casa bem aqui” e requer melhor reflexão para a realidade da situação (com a palavra, os muitos entendidos sobre “teorias” humanas). Voltando às crianças, as de hoje perderam seus espaços para brincarem e perderam aquela graça de sozinhas irem pra escola, quando, de suas idas e vindas tinham a alegria de se sentirem livres.

                                                                                                        Altino Olimpio