Versão para impressão

05/11/2014
Fuga para o passado

Fuga para o passado 

Como foram inocentes aqueles tempos
De tantas amizades despretensiosas
Das tardes ensolaradas, das fantasias
De noites silenciosas para os sonhos
De estrelas cintilantes de mistério.
Quando no jardim das diversidades
As borboletas beijavam as flores
Pareciam ser eu procurando sinceridade
Num amor entre os meus amores.

Ah! Saudade de quando crianças podiam ser crianças
E os adultos eram melhores adultos
A vida era repleta e a alegria no presente
Era a ilusão de ser assim para sempre.
O mundo era mais o verde ladeando ruas de terra
E o rio espelhava a brancura das nuvens.
Naquele tempo que nossos pais eram nossos heróis
Crianças brincavam e ao chão sentadas conversavam
Quando o brilho da lua cheia a tudo preenchia
Parecia ser ela admirando ao invés de ser admirada.

Quando sem perceber a mocidade foi chegando
Talvez já envenenada de desejos e ilusões
Forçando minha vida na busca das emoções
Para eu conviver com elas como se elas fossem eu.
Na juventude existindo-me ainda a criança que fui
Com os olhos dela eu ainda via o mundo.
Ele ainda era cheio de encantamentos
Mas, uma cortina fechando o meu palco
Escondeu os dramas que iriam me causar ferimentos.

Hoje só fico olhando sem ver os dias a passarem
Pareço estar à parte e ausente deles
Diferente de quando com eles eu me correspondia
Agora vazios os dias são apenas mais dias

                                                                Altino Olympio