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06/01/2015
Fim da tarde

Fim da Tarde

Lá fora o sol bate na parede antiga
Enfraquecido do seu calor
Está misturado com o silêncio
Na tarde sem vento e sem movimento
Parece propício para uma cantiga
Sem dolo para este dia em torpor
Num consolo de ser esquecimento
E se estar só no pensamento.
Melhor é viver com os próprios arcanos
Isso se constitui num regozijo
Faz muito bem para o juízo
Ser ausente de seres humanos.
O mundo parece estar parado
Como sendo uma pausa só dele
Ainda a esperar amedrontado
Mais destruição que farão contra com ele.
Na sensibilidade pela tarde tão calma
É o espírito que se acalma
Quando nesse estado amalgama
Os nobres sentimentos da alma.
Na tarde sem ver ruas ou estradas
Só o sol pelas paredes e pelo chão
Reina uma agradável solidão
Livre de qualquer forte emoção
Como estando a mente parada
Distante das encruzilhadas
Das ilusões humanas preparadas
Que sempre acabam em nada
Neste mundo sempre em revolução
Em que nele o homem se acaba
E no egoísmo do que constrói
Ele não recupera o que destrói.
Lá fora na tarde o sol já se esconde
O dia morre para o nascer da noite
A claridade se troca pelo escuro
Os pensamentos foram divagações
Tudo foi apenas entretenimento
Foram outros momentos improdutivos
De quem adulto se pensa preocupado
Ao invés de se saber numa hipnose
Consequente pela perda da pureza
Da ingenuidade e indiferença da infância.