Versão para impressão

06/04/2016
Câncer tem novo medicamento imunoterápico

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda (4) o Opdivo (nivolumabe), da farmacêutica Bristol, primeiro medicamento imunoterápico para tratamento de dois tipos diferentes de tumor: o melanoma (câncer de pele agressivo) e o câncer de pulmão.
Os imunoterápicos, bola da vez da indústria farmacêutica, são medicamentos que agem ativando o próprio sistema imunológico para que ele combata a doença.

Estudos mostraram aumento expressivo da sobrevida e poucos efeitos colaterais em relação às terapias tradicionais. Na quimioterapia, as células que se reproduzem mais rápido são destruídas - o que inclui as tumorais e também algumas células saudáveis.

A aprovação é importante porque, entre os cânceres, o de pulmão é o que mais mata no mundo. O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 28.220 novos casos da doença no país em 2016, cinco vezes mais que os de melanoma.

Agora falta definir o preço do medicamento, que é determinado pela Anvisa em negociação com a farmacêutica - deve levar cerca três meses. Nos EUA, cada aplicação custa cerca de US$ 15 mil.
O tratamento combinado com outras drogas pode custar US$ 500 mil ao ano. Outros imunoterápicos, como o Keytruda (pembrolizumabe), da MSD, estão na fila de aprovação da Anvisa.

Bernardo Garicochea, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, diz que o tratamento mudará: "Estamos falando de remissão de câncer metastático pela primeira vez na história. Há pacientes em que a doença não volta mais."


site folha de s.paulo