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09/10/2017
Gordura no Fígado x açucar

O estudo

Pesquisadores da Universidade de Surrey, no Reino Unido, acompanharam 11 homens com a doença doença hepática gordurosa não alcoólica (esteatose hepática), caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado, e outros 14 homens saudáveis. Durante 24 semanas, todos os participantes passaram por dois tipos de dieta: uma rica em açúcar, na qual a substância equivalia a 26% das calorias diárias, e outra com baixo nível, onde o açúcar correspondia a apenas 6% do total. Ambas continham a mesma quantidade de calorias totais.

Cada participante, independente do grupo ao qual pertencia (com ou sem doença hepática) foi selecionado de forma aleatória para seguir por 12 semanas uma das dietas e, em seguida, mais 12 semanas da outra.

À medida em que os voluntários seguiram as dietas, Os cientistas compararam as mudanças em vários biomarcadores do metabolismo da gordura no sangue, como os níveis de lipídios e colesterol. Os resultados mostraram que apenas três meses com uma alimentação rica em açúcar foram o suficiente para alterar o metabolismo de gordura dos participantes, condição que já foi associada, em outros estudos, ao aumento do risco cardiovascular.

A alteração foi observada tanto nos participantes com doença hepática quanto nos saudáveis. Além disso, os participantes saudáveis também apresentaram maior acúmulo de gordura no fígado após seguirem a dieta rica em açúcar.

Diante desses resultados, os cientistas acreditam que o fígado, que desempenha um papel importante no processamento da gordura no organismo, lida com os ipídeos de forma diferente durante dietas ricas em açúcar do que em dietas com menos açúcares.

De acordo com os autores, esse padrão de dieta, com quantidades elevadas de açúcar, é muito comum entre crianças e adolescentes, o que pode oferecer um risco ainda maior. Embora a doença hepática afete geralmente adultos, há evidências que sugerem a incidência da doença em quase 10% das crianças entre dois e 19 anos nos Estados Unidos.

“Isso suscita preocupação com a futura saúde da população mais jovem, especialmente em vista da prevalência alarmantemente alta de doença hepática em crianças e adolescentes e aumento exponencial da doença hepática fatal em adultos”, disse Bruce Griffin, professor de metabolismo nutricional da Universidade de Surrey e um dos autores do estudo.


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