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29/01/2018
Somos conforme são os nossos pensamentos

Desde que nascemos temos acumulado no cérebro todas as vivências, todas as experiências até então. Amizades, alegrias, tristezas, decepções, frustrações, verdades, mentiras, ilusões, leituras, religião, superstições, escolas, emprego, músicas, filmes, viagens, bailes, namoro, amores, separações, arrependimentos, raiva, desprezos, sexo, casamento, filhos, netos, falecimentos e tantos e tantos fatos e tantos conceitos infiltrados no nosso cérebro resultaram no que se entende como condicionamento. Também se pode dizer que tudo o que nos ocorreu na vida fez parte da nossa programação mental. Até podemos definir que cada pessoa é o que é e como é conforme se condicionou ou se programou. Dependendo de como se condicionaram ou se programaram, muitos podem ter muitas “tranqueiras” em suas cabeças.

Conforme fomos programados, mentalmente “somos o que temos” para nos defender de influências inverídicas. O que de bom temos condicionado pode ser o nosso paraíso na terra. Ou, ser o nosso inferno se nos condicionamos com muito pessimismo, com contrariedades, com traumas, com complexo de inferioridade e de culpa, com rancores, aborrecimentos, medo, fracassos, com perdas inconformadas sejam elas materiais ou de pessoas e etc. Resultantes de nosso condicionamento ou programação, nosso passado, com qualquer lembrança ele sempre reaparece na nossa mente podendo ser uma lembrança alegre ou desagradável. Não está em nosso poder impedir que tal lembrança sendo aleatória no surja quando quer. Mas, podemos afastá-la “pensando em outra coisa” impedindo assim que ela continue no pensamento.

Nossos pensamentos que tudo tem a ver com o nosso condicionamento que desperta os nossos pensamentos, eles são ininterruptos e são como disseram os mestres zen-budista “a mente inquieta pula de pensamento em pensamento igual a um macaco inquieto pulando de galho em galho”. Quem já tentou meditar sabe da dificuldade que a mente tem para impedir tantos pensamentos inoportunos que atrapalham o objetivo da meditação. Mesmo quando se quer refletir sobre um fato qualquer, pensamentos inoportunos dificultam a reflexão. Quando uma pessoa se perde em pensamentos que lhes surgem sem escolha, parece que ela está num estado hipnótico, parecido a um estado de dormir acordado.

Entretanto, muitas pessoas tendo seus pensamentos “bons para desuso”, eles podem ser paralisados e substituídos por outros de outros. Isso, quando assistem a um filme, a uma novela, ao noticiário da televisão e aos apaixonantes desempenhos dos telefones celulares com seus aplicativos. Concentrados nesses entretenimentos proporcionados por outros, quase todos se esquecem de si mesmos e ficam num estado de torpor parecido ao estado de hipnose. Isso deve ser um descanso para a mente que é irrequieta e se acomoda no ficar sem pensar quando se entrega às distrações dos entretenimentos citados acima. Isso sim é que é higiene mental (risos). Mas, como todos sabem, nossos pensamentos são interrompidos por ocasião da morte. Tudo o que vivemos e que nos foi registrado como conceitos e recordações nos desaparecem junto com o cérebro. Por isso, até parece que a vida é um desperdício, pois, como dizem “daqui não se leva nada” (risos).

Como este texto trata da implicação dos pensamentos na nossa vida, Diante de uma dúvida se algo é ou não é e se pode ou não pode ser, é o raciocínio que vai buscar argumentação para aceitar ou refutar conceitos que se questionam quanto às suas veracidades. Mas, aqueles que não gostam de raciocinar, eles deixam que “seus pensamentos pensem por eles”, aqueles pensamentos que surgem sem controle. Se todos utilizassem seus pensamentos também como confronto e não apenas com concordância, muitas das decepções sobre erros e enganos seriam evitadas. Muitas das sugestões prejudiciais, também. Quem se acostumou a raciocinar aprimorando assim essa capacidade, evita o envolvimento com facções prejudiciais à pátria, como, por exemplo, partidos políticos que perturbam a ordem pública e no Brasil sabe-se quais e quantos são.

Altino Olympio