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07/05/2018
Cinemas antigos:Aquele mundo romântico acabou

De terno e gravata e em Caieiras embarcar no trem no vagão de primeira classe quando tinha o picador de bilhetes e o vendedor de jornais vendendo também as revistas “O Cruzeiro, Manchete, Grande Hotel” e outras revistas durante o trajeto até a Estação da Luz da Cidade de São Paulo para frequentar aqueles cinemas que existiam lá, foi uma época muito romântica. Indo de cinema em cinema para escolher qual filme assistir, se via as filas para comprar os ingressos para ter acesso a eles. Pessoas bem vestidas na busca de emoções cinematográficas. E, emocionavam sim. Aquelas artistas tão lindas e sedutoras que quando nos filmes românticos elas eram acariciadas e amadas pelos seus parceiros atores, eu quando assistia a tais filmes românticos, as acariciava e as amava também na minha imaginação de jovem ainda contida em ilusões (risos).

Lembrei-me de uma época em que preferi estar sempre sozinho com os meus pensamentos. Eu saia de um cinema e entrava em outro. Aquela sensação agradável de estar sozinho é uma tendência que até hoje sinto. Foi um viver solitário, mas, livre de qualquer interrupção sobre os meus pensamentos e meu modo de ser. Quanto aos cinemas que de certo modo seus filmes fizeram parte da minha vida, de meus entretenimentos, de meus sentimentos, como os “shopping” tendo mais público se multiplicaram na cidade contendo salas de projeção mais modernas, isso, afastou o público dos antigos cinemas de ruas e de avenidas. Daqueles principais cinemas nenhum sobreviveu. Agora só fazem parte da história até quando sejam definitivamente esquecidos. Alguns foram demolidos, outros se transformaram em lojas, em estacionamentos ou em templos religiosos.

Lembrando deles que promoveram tanta distração saudável para a sociedade paulistana, seus nomes trazem saudades para aqueles que ainda vivem e se lembram deles: Cine Comodoro, Cinespacial, Cine Metro, Cine Marrocos, Cine Coral, Cine Ipiranga, Cine Marabá, Cine Windsor, Cine Paissandu, Cine Bandeirantes depois Cine Ouro, Cine Olido, Cine Rivoli, Cine Art Palácio, Cine Rio Branco, Cine República, Cine Metrópole, Cine Paratodos, Cine Bijou, Cine Astor na Avenida Paulista, Cine Áurea e o Cine Broadway da Avenida São João de que, como de outros cinemas, poucos se lembram dele. Quem é daqueles tempos de frequentar os bons cinemas de São Paulo e se lembra deles, está envelhecido como eu e como aquelas estrelas de cinema que tanto nos encantaram com seus charmes e que também envelheceram e morreram, salvo algumas que, ainda sobrevivem com suas velhices. O link abaixo trará nostalgia para quem acessá-lo devido às artistas que serão lembradas.

https://www.youtube.com/watch?v=5oB1aUAggrQ

 

Altino Olympio