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Boca de urna, outra vez...

A mesmíssima história de sempre, o Juiz eleitoral ou a Juiza reune os partidos políticos e anuncia: nesta eleição a boca de urna será severamente reprimida de acôrdo com a Lei.Como os Juizes mudam mas os políticos duram mais tempo em uma comunidade, um olha para a cara do outro e pensa... mais uma vez... òbviamente é a função do Juiz anunciar o cumprimento das normas eleitorais mesmo sabendo de antemão ser quase impossível cumprir algumas delas, mas fazer o que; não é o Judiciário quem faz Leis.Nesta eleição não poderia ter sido diferente e o ritual se cumpriu, os candidatos de primeira viagem ficaram alvoroçados, já os de bagagem antiga como se nada tivesse acontecido e continuando seus preparativos normalmente.Um sábio Juiz que andou por estas bandas a muito tempo dizia que o dia da eleição mais que os abusos de poder economico, a compra de votos via cabos eleitorais, etc. é uma grande e colorida festa popular que em hipótese nenhuma pode ser sufocada, a Lei eleitoral é que necessita de ajustes e não a manisfestação popular. Em todo pleito especula-se à vontade, no momento um certo candidato a vereador já teria contratado 500 cabos eleitorais e gasto aproximadamente R$300 mil . Um candidato a prefeito, só com o show de cantor sertanejo famoso desembolsou R$ 100 mil e vai por aí afora.E a Justiça Eleitoral onde entra nisso tentando fazer cumprir a Lei na boca de urna? - não entra porque o cerne da questão não é esse, boca de urna é o pico do iceberg, show de fogos de artifício.Caso a Justiça Eleitoral desejasse fiscalizar com rigor as campanhas eleitorais, teria um meio bem mais simples e eficaz, a prestação de contas dos partidos, mas para isso deveria acompanhar o processo todo, avaliando cada cartaz pregado em poste, o custo que cada candidato tem na campanha e sua "conta" apresentada à justiça, aí sim a justiça seria feita, protegendo os candidatos que não tem poder aquisitivo contra aqueles que gastam verdadeiras fortunas nas campanhas. O abuso do poder economico não é novo e nem vai terminar, quem pode mais chora menos, mas poderia ser amenizado com a efetiva fiscalização, inclusive pelos próprios partidos,mas ao que parece na terra do "faz de conta" isso nunca acontecerá.

Jornal A Semana