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31/08/2018
Juventude inconsciente

Os comportamentos mudarem, pois, agora seguem a tendência e influência da mui “moral” atual. O rapaz com dezessete anos de idade ainda está no Ensino Médio. A mocinha com dezesseis anos de idade também ainda cursa o mesmo ensino. De repente fiquei sabendo que o rapaz estava namorando com a mocinha e que com menos de um mês de namoro quando ela em dias de semana comparecia para namorá-lo, a mãe do rapaz à noite ia levá-la para a casa dela. Aos fins de semana era o rapaz que comparecia na casa da mocinha e à noite era o pai dela que de carro vinha trazê-lo para sua casa. Com tão pouco de namoro o rapaz já pernoitou na casa da mocinha (mordomia romântica). Puxa-vida, como os namoros de hoje estão com muita facilidade. No “meu tempo” apenas os rapazes iam à casa das namoradas aos fins de semana e os pais daqueles tempos “ordenavam” que o namoro com suas filhas tinha que encerrar no máximo até as vinte e duas horas. Nem se podia ficar muito tempo se despedindo lá no portão (risos).

Será que os namoros com jovens tendo tão pouca idade não seriam prematuros e os jovens prematuros também? O filósofo Arthur Schopenhauer (1788–1860) escreveu sobre a paixão que “contamina” os mais afoitos. Como ele previu, os jovens são propensos a serem iludidos e mesmo serem vítimas da armadilha da natureza que quer que eles se reproduzam para a continuidade da espécie humana. Digamos que a natureza (ou o destino) aproxima ou provoca o encontro entre um rapaz e uma garota. Eles começam a namorar e se apaixonam e para um não perder o outro eles buscam a garantia do “até que a morte nos separe” no casamento. Casando-se, infalivelmente eles terão seus filhos, isto é, eles se reproduzem para a felicidade da continuidade da espécie humana. Quem comanda a sensualidade, a sedução, o desejo, a atração pelo sexo oposto e tudo o mais que seja pertinente ao prazer físico entre o homem e a mulher “são os hormônios” que na juventude estão muito mais atuantes.

Entretanto, quanto a tudo escrito acima sobre o que são provocados pelos hormônios no que se referem às paixões, as atrações e os desejos entre os sexos opostos, os homens tendem a pensar que tudo acontece porque eles querem e que tudo é proveniente da vontade deles. Nem sequer cogitam que lhes possa haver interiormente uma “força”, um comando, “uma necessidade fisiológica” que os impõem a obedecer sem mesmo eles saberem que possam ser escravos dos instintos (risos). O sexo tem um poder desumano sobre os seres humanos (risos). De madrugada e num programa de rádio da antiga Rádio Comunitária Cultural e Educativa da Cidade de Caieiras 96,5 FM, brincando eu disse ao microfone que muitos se casam para terem à disposição o sexo gratuito (risos). Claro que fui criticado por isso, mas, teria eu dito um absurdo?

Então, vamos reproduzir uma “ficção” matrimonial. Todos os dias ele chega do trabalho, janta e depois toma o seu banho. Logo ele começa a ter pensamentos divinos provenientes de sua impaciência “será que essa porcaria de novela não vai terminar? Será que ela ainda vai demorar pra tomar banho? Será que ela ainda vai demorar muito para nós podermos ir para a cama? Parece que me faz esperar de propósito. Será que ela não percebe que hoje estou com muita vontade?” (risos). Se em muitos casos é mesmo assim, então a preponderância do sexo no casamento subestima até o amor.

Contudo, se o casamento, assim como dizem e como querem, ele seja mesmo mais pelo amor entre duas pessoas do que pela satisfação do sexo gratuito, sabe-se que o amor sem o sexo gratuito não dura muito tempo (risos). Se a natureza, ou, seja lá o que for não tivesse “orientado” os hormônios (libido) para governar os homens através do instinto a agir de maneira inconsciente, isso, prejudicaria a perpetuação da espécie humana. A humanidade tem que ser grata aos mais jovens que são imaturos e inconscientes, pois, graças a eles que são os mais reprodutores é que ela continua existindo e se expandindo.

 

Altino Olimpio