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28/12/2019
O Marcolino

Esse título acima trás à lembrança os carnavais existidos em Caieiras em épocas de quando o respeito mútuo e a honestidade eram prioridades para as pessoas quando elas se reuniam em entretenimentos. Naquele pequeno lugar, território da Indústria Melhoramentos de Papel, havia três clubes para o laser dos moradores, funcionários da indústria. Um deles, o União Recreativo Melhoramentos de São Paulo ficava em Caieiras, onde esse nome era mais pertinente, pois, também era onde tinha e ainda tem a Estação Caieiras da antiga Estrada de Ferro Santos à Jundiaí, hoje, CPTM, Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Outro clube, o CRM, Clube Recreativo Melhoramentos, ele existia no Bairro da Fábrica de Papel e no Bairro do Monjolinho existia o Brasil Futebol Clube.

Os três clubes promoviam carnavais para os seus associados. Começando no sábado eles perduravam por quatro dias e terminava na terça-feira à meia-noite, pois, no dia seguinte, quarta-feira já era dia de trabalho na indústria local. Também era celebrada a missa da “quarta-feira de cinzas” que dava início à quaresma que terminava na “Sexta-feira Santa” e que precedia o Domingo de Páscoa. Voltando aos carnavais, eles eram familiares. Os pais também compareciam acompanhando os seus filhos. “Menores de idade” também compareciam porque sabiam que tinham livre acesso aos bailes de carnaval, embora existisse uma lei, aquela “proibida à entrada para menores de dezoito anos”.

Naqueles tempos saudosos, o representante do Juizado de Menores em Caieiras era o Senhor Marcolino, assim como era conhecido. No carnaval do CRM sempre quando ele estava muito animado, os menores que estavam dançando, pulando, “fazendo cordão”, cantando, envolvidos com confetes, serpentinas e até temendo receber um esguicho de lança perfume que muito ardia quando atingia os olhos, os menores eram avisados pela diretoria do clube que deveriam sair do salão e irem para a quadra de basquete. Isso porque, num telefonema do clube de Caieiras para o CRM veio o aviso que o Juizado de Menores já havia estado lá e logo estaria chegando ao CRM. De fato, momentos depois o Senhor Marcolino de terno e de gravata, acompanhado por dois policiais fardados entravam no salão.

Ele ficava observando o Baile de Carnaval e todos os que se encontravam se divertindo e se havia menores de idade participando da diversão no salão. O clube poderia ser multado se o Senhor Marcolino constatasse a presença de menores de dezoito anos idade, mas, não me lembro se alguma vez isso aconteceu. Logo depois que ele com os policiais se retiravam, os menores de idade que estavam “escondidos” na quadra de basquete voltavam pro salão e continuavam com seus divertimentos carnavalescos. Antigamente havia mais rigor em seguir as leis contra o acesso de menores em locais permitido só para os adultos. Lá no clube os menores de dezoito anos de idade não podiam entrar na sala de jogos de baralho e nem podiam jogar snooker. Naqueles tempos o tempo passava muito lento e demorava muito para que os menores completassem dezoito anos de idade (risos).

 

Altino Olimpio