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25/03/2020
Flor que não se cheira

Quem é daqueles tempos de quando a “novidade” televisão veio se estabelecer no Brasil e que teve início em setembro de 1950 quando foi inaugurada a TV Tupi de São Paulo, ainda deve se lembrar que a tal da novidade fazia com que vizinhos fossem assistir televisão na casa do vizinho que já havia comprado o aparelho de TV antes dos outros.

Quem ainda existe e se lembra daqueles tempos de quando aqueles tempos foram tidos como tendo mais simplicidade, mais amizades sinceras, mais moralidade nos costumes, mais respeito ao próximo, os programas de televisão também eram mais simples, tinham mais moral e mais respeito para com os telespectadores.

O Repórter Esso era comandado pelo Randal Juliano, como também o programa musical Astro do Disco, sucesso também foi o Circo do Arrelia. Em 1953 o seriado “Alô Doçura” foi uma comédia romântica estrelada por John Herbert e Eva Vilma. O Almoço com as Estrelas e o Clube dos Artistas, ambos eram apresentados pelo casal Airton e Lolita Rodrigues.

Esses e outros bons programas causavam mesmo a invasão de vizinhos nas casas de outros vizinhos (risos). O povo era mais ingênuo e a televisão parecia também ser ingênua, mas, não era bem assim. Com o passar do tempo e ela sendo formadora de opinião, isso fez com que ela, a televisão, viesse a ter influência sobre o povo, viesse a ser tendenciosa e como se dizia antigamente “ela não é flor que se cheire”.

Quando se está a assistir a programas de televisão, ou mesmo, quando se está a assistir a um filme no cinema, o nosso cérebro “cai” do estado beta que é um estado ativo para o “estado alpha” que é passivo, isto é, muda de frequência. Sem entrar em detalhes aqui, o estado alpha é de um relaxamento profundo sem estar dormindo, o que nos torna apenas receptivos. Só receptivos.

Isso é o que ocorre quando nós nos distraímos nas transmissões de televisão. É onde está o perigo de sermos facilmente sugestionados por idéias que a mídia quer nos impor e ela, como se sabe e se confirma, tem a facilidade de massificar os menos favorecidos de discernimento que compõem o povo. Por tudo o que a televisão destes tempos está sendo usada é desaconselhável ser receptivo a várias de suas transmissões. Ficar a mercê de um aparelho que é audiovisual e exageradamente ininterrupto em suas apresentações isso provoca uma espécie de torpor ou hipnose nas pessoas.

Quem já se habituou, inclusive, deixar de assistir televisão já não sente qualquer falta dela. Tais tempos desperdiçados por ela podem ser mais bem aproveitados em qualquer outra atividade que não cause dependência. Altino Olimpio