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20/05/2020
Durante a pandemia a ociosidade faz pensar

O homem atual não tem muito tempo para pensar ou refletir porque sua vida diariamente é bombardeada com tantas notícias que, no mais das vezes não deviam lhe interessar. Sendo assim ele se perde num labirinto de coisas, das quais, não lhes são pertinentes e também, não são para ele resolver, isso, se tais coisas precisassem de solução. Mas, muitos adoram saber das coisas que não lhes dizem respeito. Afinal, como dizem, sempre é preciso ser bem informado, mas, para que? Para ter o que conversar com os outros? Para demonstrar que é atualizado? Qual é a vantagem de ser atualizado com problemas que não são da alçada do homem simples para resolver? Hoje em dia tem muita gente que tem carência de falar, falar e falar e é por isso que é preciso sempre ter alguém para conversar.

Mas, durante a pandemia atual melhor mesmo é colocar o “pensômetro” para funcionar, já que, muitos não têm o que fazer. Então, dá pra pensar que o mundo, além de estar com a pandemia também está num “pandareco” como nunca foi visto antes. Até o Papa, aquele que ganhou do presidente da Bolívia um crucifixo comunista e sorriu, não sei se foi de alegria ou de cortesia, ele, lá no Vaticano sozinho rezou uma missa. Sim, sem público para evitar aglomeração, pois, o vírus poderia invadir aquele ambiente sagrado e causar vítimas. Parece mesmo que nenhuma força existe, seja material ou espiritual que possa derrotar os vírus. Se existisse poderia exterminá-los antes que os mesmos perigosamente se manifestassem e matassem muita gente. Vírus, soldados da guerra invisível.

Pandemia, além do medo que provoca ela muda costumes tradicionais. Aquele costume de ficar triste ao lado ou ao redor de quem faleceu e está sendo velado não está sendo como antes. O Ministério da Saúde tem advertido que se evitem as aglomerações nos velórios por causa do risco da transmissão do vírus. Também, o caixão com o falecido deve ser mantido fechado. Não sei se religiosos possam, nesta atual circunstância, praticarem o ritual de envio da alma do falecido para o céu. As tradicionais “missas de sétimo dia” também, talvez não estejam ocorrendo para evitar aglomerações nas igrejas. A pandemia faz com que importâncias como as das formalidades ou cerimônias fiquem ausentes durante a sua propagação. Parece que a pandemia anula as importâncias que os homens criaram tornando-as desnecessárias diante do “que cada um salve-se como puder”.

 

Altino Olimpio