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21/06/2020
Puxão de orelha

Do meu tempo de escola me lembro do diretor dela, o Senhor Luiz Tadley (?). Quando algum aluno de alguma classe não se comportava como devia, a professora o mandava ficar de castigo no corredor fora da sala de aula. Mas, se o Senhor Luiz o via de castigo ele puxava pela orelha o pequeno infrator e o levava até a sala da diretoria repetindo a palavra: Amolação, amolação, amolação. Entretanto, o exemplo do Senhor Luiz de dar puxão de orelhas deveria ser aplicado para os adultos que continuam crianças.

É fácil acreditar que o que não se pode tocar e não se pode ver, como, também não se pode ouvir e nem se pode comprovar como sendo real, não se deve escrever para outros lerem o que também eles nunca verão, nunca ouvirão e nunca tornarão realidade que se possa comprovar. O “ver para crer” de São Tomé se fosse mais utilizado poderia transformar muitas crianças grandes em adultos (risos).

O que o homem não entende ele não possui (Goethe 1749–1832), isto é, o que está além do que a sua consciência (do homem) possa abarcar não lhe existe e não lhe pertence e nem deve ele se preocupar com o que lhe seja misterioso. Tudo deve ser deixado para os que precisam se preencher com o que, talvez, seja impossível de acontecer.

Será mesmo que é tão difícil ao homem se dedicar apenas ao que ele tenha capacidade de testar a sua veracidade? Se o puxão de orelha sempre fosse praticado quando alguém se distraísse da realidade e enveredasse por caminhos inexistentes, o mundo teria habitantes mais evoluídos e realistas. Infelizmente, depois que inventaram a técnica da “Maria vai com as outras” restou pouco daqueles que convivem com o que lhes seja verificável.

Altino Olimpio