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30/04/2009
Dia do Trabalhador

II Internacional Socialista
Até o início da Era Vargas (1930-1945) certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante comuns, embora não constituíssem um grupo político muito forte, dada a pouca industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical: tradicionalmente a Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PTB realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casa própria.Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no Brasil, se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar neste dia o aumento anual do salário mínimo.

A Segunda Internacional Socialista

Alexandre Santos, Eric Brasil e Eric Maia

No final do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, houve um crescimento do número e um processo de diversificação da classe operária. Estes fatores, mais a concentração dos trabalhadores nas grandes indústrias, favoreceram a multiplicação dos grupos sindicais, não só em quantidade, mas também em mais altos níveis de organização. Todo esse contexto contribuiu para o desenvolvimento do socialismo, fazendo com que este tomasse dimensão ainda mais internacional, ultrapassando as fronteiras da Europa Ocidental, chegando até os EUA, África do Sul, América Latina, etc.
O Socialismo, a partir de então, institucionalizou-se em partidos políticos autônomos, a princípio vários e pequenos, fragmentados em diversos grupos de ação. Posteriormente, a noção de que a ação em escala nacional proporcionaria melhores resultados, fez com que estes partidos fragmentados se unissem em partidos nacionais. Os novos partidos de alcance nacional foram fundamentais para a disseminação do socialismo e para a luta dos socialistas pela participação e controle do aparelho de Estado, através de eleições e outros mecanismos de participação popular na política.
Esta expansão não foi homogênea, acontecendo de forma diferente em cada região, dependendo da tradição sindical e partidária de cada país. Exemplos desta distinção são: a Inglaterra, onde os sindicatos dos trabalhadores fabris (Trade Unions) foram o veículo pelo qual o socialismo se implementou; a Alemanha, onde o partido social democrata dirigia as organizações sindicais; e a França onde o socialismo e sindicalismo se desenvolveram paralelamente.
A partir de 1876 ressurge e se fortalece a idéia de ligações internacionais entre estas seções nacionais. Em 1888, apesar da resistência da social-democracia alemã, e de Friederich Engels, planejou-se a organização de um Congresso Internacional para o ano seguinte em Paris, comemorando o centenário da queda da Bastilha. Houve dois congressos distintos, um predominantemente marxista e outro sindicalista. O Congresso marxista foi organizado por Engels e pela social-democracia alemã, juntamente como o partido operário francês. Estes, excetuando a facção francesa, a princípio eram contra a nova internacional, dada a grande diversidade de pequenos partidos que impossibilitariam a unidade de ação.



Redação A Semana