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09/08/2010
Ônibus caro

O ônibus é caro ou estou variando?

Isso não é uma matéria. Não entrevistei ninguém, não ouvi as diferentes opiniões.
É só um desabafo de quem precisa andar de ônibus em Caieiras.

Cada vez que tenho que ir para a Cresciuma é um martírio. Penso umas 500 vezes, porque estou sem carro e Caieiras não é o melhor dos lugares para se andar a pé ou de ônibus.

Para começar, nunca sei, olhando a letra e o número do ônibus, se ele vai seguir a Tancredo Neves, passar pela estação, subir para a Cresciuma ou se vai atravessar o viaduto, seguir pela João Dártora, ir para a estação ou, ainda, se vai pela Valdemar Gomes Marino, subir a São Luiz, entrar pela Olindo Dártora.

Definitivamente não sou burra. Não uso ônibus diariamente e, quando uso, nunca vou para os mesmos lugares. Então, como posso reconhecer as tais letras e números? Será que não seriam necessários cartazes nos pontos, com os itinerários? Ah... talvez seja pedir demais, não é?

Ir ao Senemby, então, parece uma viagem. Da minha casa, no Jardim Vitória (bem perto da rodovia Tancredo Neves), até o Colégio são 3,1 km (nove minutos de carro ou 40 minutos à pé).

Estava indo para o ponto e passou um ônibus chamado Santa Inês (claro que nem olhei o número). Os motoristas raramente param fora do ponto. Mas, como o trânsito não andava, arrisquei dar sinal. Afinal, na minha cabeça, o Santa Inês passaria na Olindo Dártora, para ir para o Morro Grande e depois Santa Inês. Então, seria a melhor opção para chegar no meu destino. “Mas que sorte”, pensei.

Acontece que o ônibus não faz o percurso que achei tão óbvio. Ele vai pelo bairro de Laranjeiras. Entra em Caieiras, mas não sobre para o Jardim Santo Antonio ou Cresciuma. Aliás, pouquíssimos ônibus desse sentido passam pela Cresciuma.

Ou estou louca, ou a viação Caieiras não está muito preocupada com as necessidades dos passageiros dos bairros. Um dia, prometo, vou pesquisar isso melhor e entender a estratégia dos itinerários de ônibus em Caieiras. Mas, de momento, só posso dizer que paguei R$ 2,65 para percorrer 2,1 km e descer na 14 de dezembro. Longe do meu destino final.

Se quisesse pegar outro ônibus, precisaria caminhar mais 600 m, até o ponto mais próximo, na Guadalajara, esperar sei lá quanto tempo e pagar mais R$ 2,65 ou R$ 2,70 ou, até R$ 3,00, dependendo do que passasse, para subir mais 650 m e caminhar mais uns 900 m até o Senemby. Fiquei com tanta raiva, que decidi subir a pé mesmo e queimar umas calorias.

Que fique bem claro que não estou me recusando a gerar recursos para a Viação Caieiras. Mas, também não estou rasgando dinheiro.

Uma vez por semana estou em São Paulo, na Chácara Santo António, Rua Fernandes Moreira. Geralmente, de lá tenho que ir para Moema e, às vezes para a Brigadeiro Luiz Antonio ou Avenida Paulista. Com o cartão de tarifa única da SPtrans, entro no primeiro ônibus, pago R$ 2,65 e subo até a avenida Vereador José Dinis. Posso ir a pé, mas às vezes dá preguiça, são quase 2 km. Desço em qualquer ponto e pego outro ônibus até o Shopping Ibirapuera (3,8 km), pagando R$ 0 (isso mesmo, nada). Cumpro um compromisso de uma hora e volto ao corredor de ônibus para pegar um que suba a Brigadeiro (mais 6 km). Quanto pago? Nada!

Na capital há um limite de tempo para as pessoas se locomoverem, pagando uma tarifa de ônibus. Não é incrível? E nem falei que se precisar de metrô, após o ônibus, pagarei algo em torno de meia tarifa, ou R$ 1,37.

Não sei, mas acho que tem alguma coisa errada no preço do ônibus em Caieiras. Ou será que estou variando mesmo?

Se quiser me responder, acesse http://bogajo40.blogspot.com/ e comente sobre o assunto. Isso poderá me ajudar a fazer uma matéria jornalística, com depoimentos e novos dados comparativos.

Isabel Cristina Bogajo Duarte

i.c.b.d.