19/06/2012
O Salão Nobre da Fábrica .

As festinhas do Jardim de infância eram realizadas no salão da Fábrica.O cronista e amigo Altino Olimpio, com certeza encantaria muito mais os leitores com suas belíssimas descrições e reminiscências dessa  época tão bonita.Mas, vou tentar relatar  o que ainda consigo me lembrar e quem sabe também encantar alguns saudosistas.O Salão era mesmo, um local nobre,  principalmente para nós crianças da Vila Leão.Vínhamos,a pé passando por todas  as vilas.Seguíamos depois, pela ponte de madeira,larga e rústica .Era bom demais ficar do alto admirando  aquele espetáculo de águas revoltas e espumosas correndo sobre pedras e  troncos  .A poluição provocada pelos produtos químicos da fábrica nada significava,nem diminuía meu deslumbramento.Mais adiante, a travessia era  pela Ponte  de Cimento,arqueada,romântica onde o rio corria mais calmo.Depois atravessava-se um pequeno túnel para o então acesso às escadas também de cimento.Lá em cima, referência do vilarejo,  a Estação, de estilo inglês,seus bancos,trilhos e as saudosas maquininhas, vitais   numa época de raros transportes coletivos.Acoplada à estação, ficava a entrada da Fábrica, com uma portaria de catraca e uma chapeira  enorme com os cartões de ponto dos operários.Adorava ver a saída deles em filas,marcando seus cartões,após o apito das 17 hs.Atrás dos bancos da estação, uma segunda escadaria nos levava a um local ótimo para as tardes de domingo,paradisíaco com jardins, flores, árvores,pinheiros formando uma espécie de pátio e caminhos  de intensas influências  alemãs.Absolutamente normal, afinal a Melhoramentos era dirigida por alemães.Em seguida,há alguns metros, o  acesso à porta principal do enorme espaço cultural: O Salão Nobre.Justo este nome, afinal era  lindo demais.Já na entrada,haviam  vitrines trancadas expondo produções da  indústria.Livros,cartilhas cadernos,fotos,troféus, faziam parte deste acervo importante que jamais passou desapercebido.A limpeza era um primor.Havia um cheiro de coisa nova,diferente  e inexplicável que,me agradava.As vidraças de ambos os lados tomavam conta das laterais do prédio e expunham, além da luz externa, toda vegetação local.As cortinas eram brancas e desciam do teto ao chão num charme e bom gosto indescritíveis.O chão era de tacos de madeira com o  brilho esfuziante dos grandes salões e acomodava imponentemente poltronas  forradas de  tecido vermelho.Mais à frente ,o palco com chão e paredes  de madeira brilhante, com duas pequenas escadas laterais e cortinas cor de vinho divididas ao meio.Eram abertas e fechadas, puxando-se 2 cordas ou pingentes laterais,  por pessoas que sempre ficavam escondidas, por traz delas.De cada lado, como todo cenário, 2 coxias pequenas, onde seus artistas se preparavam para as apresentações.Fui com freqüência àquele local, com a Profª Therezinha.Ensaiávamos e passávamos a  tarde nos sentido parte daquela nobreza.Aquele lugar foi  especial a nós crianças e a todos os adultos das Vilas que também rodopiaram e se divertiram em todos os eventos ali realizados .Ainda , descreverei algumas das minhas experiências neste palco da minha saudosa infância.Por enquanto,optei por  a essa fraca  descrição torcendo para que alguém da turma  do jardim de Infância – 1963,  leia   esta crônica meio incompleta, e que através dela possa também recordar com felicidade os belos momentos  vividos no Salão Nobre da Fábrica.E quem sabe seja  até possível se  acrescentar mais alguma coisa  que eu,infelizmente  não tenha conseguido resgatar.


Fátima Chiati

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