03/05/2017
O cara de pau

Certo dia, logo cedo, recebi uma ligação de uma moça dizendo que queria marcar um horário comigo e que tinha sido recomendada por uma cliente minha, que ela havia conhecido no cabelereiro.

Marcamos um horário, e no dia e hora combinados apareceu em minha porta uma exuberante mulher loira, dessas que param o transito quando passam.

Muito falante, foi logo dizendo que já fazia tempo que tinha ouvido falar de mim, mas que demorou para que alguém lhe desse o meu telefone.

Como costumava fazer, eu tornei a perguntar sobre quem me havia recomendado a ela e então ela citou o nome de uma cliente antiga, dizendo coisas particulares da mesma, me levando a crer que realmente elas se conheciam bem.

A cliente era nova e ainda muito falante, ficou mais fácil para estabelecer um dialogo. E nesse caso percebi certa curiosidade da moça, em relação àquela pessoa que a havia mandado me procurar.

Queria saber mais e mais da minha cliente e eu numa situação que já estava acostumada, saía pela tangente, evitando comentários desnecessários a respeito de qualquer pessoa.

Terminamos a sessão e ela prontamente quis marcar outros horários para no caso fazer todos os tratamentos que a pessoa que a havia indicado já efetuava.

No fim do meu expediente nesse dia, conforme eu costumava, liguei para a minha cliente antiga e fui agradecer pela indicação. E para minha surpresa, ela me disse que não tinha recomendado ninguém. Pediu detalhes da aparência da pessoa, no que eu disse que era uma loira bonita, mas que talvez, como eu tinha várias clientes com o mesmo nome, eu tivesse confundido, as pessoas. No meu íntimo, eu sabia que não havia confusão nenhuma, pois a tal moça loira, tinha me dito inclusive que era casada com uma pessoa que trabalhava junto com o marido de minha cliente que no caso, era investigador de policia.

Ficou uma situação estranha, pois minha cliente insistia em detalhes dessa moça e disse que aquela história estava mal contada. Tentei de várias formas para dissuadi-la de desconfianças, mas ela me disse que era a segunda vez que ocorria algo parecido. Ou seja, essa moça, estaria usando minha cliente como referencia em mais de um lugar.

Ela me disse então, que haveria de investigar essa situação.

Os dias se passaram, e eu tinha até me esquecido do caso, mas eis que no dia marcado para a tal loira vir de novo, logo de manhã, eu ligo para confirmar sua presença, mas não consegui nenhum contato.Achei estranho.

Mas pouco tempo depois, eis que recebo uma ligação de minha antiga cliente, me dizendo que tinha ido pesquisar a respeito da tal loira, e para meu espanto, ela me diz que a mulher em questão era amante de seu marido, o investigador...

Sinceramente, fiquei numa tremenda saia justa. Não sabia o que dizer...

E para piorar as coisas, minha cliente ainda me disse: “- Selma, eu não posso acreditar que você ainda achou essa fulana BONITA. Estou muito magoada com você. Como pode achar uma ‘V...’ como essa, uma pessoa que tem alguma beleza.”

Tentei explicar, que não estava julgando o caráter da moça quando disse que era bonita, mas apenas a aparência física dela.

Mas não teve jeito, minha cliente disse que não se deitaria mais na mesma maca que a amante de seu marido.

Fiquei arrasada. Havia perdido uma cliente antiga que eu gostava muito e não sabia como consertar essa situação.

E o pior ainda estava por vir...

Eis que no dia seguinte, recebo uma ligação do tal marido o investigador de policia, que foi logo me dizendo, que não esperava que eu fosse entrega-lo para sua esposa... Que ele tinha confiado em mim, e mandado sua amante para fazer tratamento comigo porque ela fazia questão de ter tudo o que a esposa tinha.

Fiquei profundamente irritada. Não estava acreditando que aquela criatura pudesse ser tão cínica.

Não me cabia ali julgar ninguém, mas também não cabia nessa história terem me envolvido, e pior, sem eu ter a chance de me defender, já que ninguém havia me avisado que a situação era aquela...

Eu tinha o direito de decidir se queria ou não atender essa moça. E foi isso tudo que eu disse para aquele senhor.

Soube que ele perdeu a esposa...

Mas creio que não fez muita diferença para essa criatura que, para mim, foi o maior cara de pau que já conheci.

Saí dessa história com mais uma experiência... ‘Jamais elogie uma mulher para outra’...

Você não sabe com quem, e de quem, pode estar falando.


 



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