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25/07/1986
Ed. 272 - Câmara de Caieiras, o Grupo dos Sete implodiu

Com troca de acusações mútuas o Grupo dos Sete vereadores que faziam aposição ao Pref. Nelson Fiore implodiu. Milton, Cido, Doca, Polon, Lira, Nelsinho e Névio já não fazem parte e comungam os mesmos ideais oposicionistas, cada qual resolveu seguir caminho próprio, e cada um tem sua versão para a implosão do grupo.

Razão mesmo deve ter o Sr. Antonio Molinari (uma das raposas políticas de Caieiras) quando declarou que por diversas vezes que até hoje nenhum grupo formado na Câmara sobreviveu mais que um ano, cada vereador tem seu interesse próprio, disse Molinari, e quando é contrariado muda de lado correndo e não fica nem vermelho!

A vereadora Doca é uma das mais contundentes, pois afirma que os vereadores Nelsinho e Aparecido negociaram seu voto e dos demais companheiros do grupo em proveito próprio, ou seja, fizeram acordo com o Prefeito Fiore para a Câmara aprovar projeto de suplementação de verba para pagamento de desapropriações contando com o voto favorável do grupo dos sete, e em troca o Prefeito Fiore não colocaria os dois no “chiqueirinho” já que ambos são funcionários municipais.

Por seu lado Nelsinho se defende dizendo que cada um diz o que quer, e que na verdade o projeto aprovado está dentro das normas legais, e que vai continuar agindo com independência e seguindo sua consciência. Nelsinho disse ainda que existe muito egoísmo dentro do grupo dos sete, “Nessa história o maior prejudicado fui eu que fiquei sem receber salário durante seis meses – desabafa o vereador – mas a única coisa que pleiteei ao Prefeito foi voltar para meu lugar de direito na prefeitura, onde estou há 18 anos, portanto, muito antes do Fiore ser Prefeito, e não negociei coisa nenhuma – completa – cada um votou como quis no projeto”.

O vereador Nico Polon que já esperava essa atitude de alguns membros do grupo, agora, diz Nico, só falta eles passarem para o lado de lá (o do Prefeito Fiore) e assumirem.

Milton Valbuza, talvez o mais desconsolado dos membros do grupo, disse que agora vai ficar mais difícil controlar a administração do Pref. Fiore, e que essa desunião vai desaguar necessariamente na eleição para a presidência da Câmara no ano que vem, onde vai ter muita briga. “Quem confia em quem?”, pergunta Milton. O vereador disse ainda que tudo pode acontecer de agora em diante, inclusive passar verba para a URCASA, aprovada pelos próprios vereadores que constituíram comissão de inquérito contra a empresa, o que acabou em processo judicial.

Jornal A Semana