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Fala Vardinho- O Pedregulho x Charco Fundo

Hoje, tenho 72 anos, morei até  os 12 anos de idade no PEDREGULHO, na época tinha sonhos pueris, como toda criança, era  longe ir  a pé até a cerâmica tomar a maquininha, (PEDREGULHO à CERAMICA  mais de 2km)

O "caminho" da LINHA e   do MATO eram amplamente usados para se ir ao armazém, grupo  escolar, BARBEARIA  do ZINHO e OSMAR  não só para mim, mas para os moradores do CHARCO FUNDO e VILA KHOL. Fazia esse trajeto todos os dias,  na minha inocência. Ajudava meus pais como lenhador mirim, pois o salario do meu pai ANTONIO DELLA BETTA, era ínfimo.

Nessa época não havia atrativos nenhum, a não ser" brincar " de guerra de pedras de PEDREGULHO X CHARCO FUNDO, (Guerreiros EU e ZÉ CLAUDIO SOARES contra o resto......  rs rs ), futebol com bola de meia, bolinha de gude,  foram anos que se passaram como num sonho na minha vida, em que era feliz , mas não sabia. Com o ocaso da existência se aproximando, me recordo melhor de detalhes que passaram despercebidos na minha época

OSWALDO JOÃO DELLA  BETTA

PS em testemunho da verdade.

Um lugarejo que existiu chamado Pedregulho em Caieiras 

Parece que foi ontem, mas para mim, começou em 1948,  morando desde o  nascimento até 1961, no Pedregulho  quando nos  mudamos para o Barreiro por solicitação do venerando Dr. Kossuke à  Cia Melhoramentos, por meio de missiva  aos gestores  por motivos de saúde da mãe.   

Existiam no Pedregulho  3 casas geminadas, a saber :
Na primeira casa  moravam:
Luiza, e  Marcondes, 
e seus 3 filhos :
Tinho, Edna e Cida
Nota:
 não sei se ainda vivem.

Logo a seguir, era a casa dos meus pais:
Antonio e Julieta, minha irmã e eu. 

Havia um pequeno  espaço que separava e começava a segunda casa geminada, a saber :

Moravam seu Fernando, dona Luiza  
filhos: 
Jose Claudio
Vera
Ana
Alice
Jurandir
Tóta

Havia  mais um que não tenho certeza do  nome, parece-me  que se chamava Antonio que teria sofrido acidente de trem?! (não se sabe bem o que aconteceu  até hoje, se foi queda do trem que andava com portas abertas ou assassinato)

e continuando....

Geminada a casa anterior:

 Pedro Menegatti
sua companheira Irmelinda (não sei se eram casados)
Santo Menegatti, (não sei o grau parentesco, acho que era de irmão de Pedro)
Gaspar  (que aparecia com sua esposa e seus 3 filhos na citada  casa: Luiz Carlos Zapala, Kalu e Nenê)
também não sei o grau parentesco com Pedro Menegatti

seguindo.....

a 3ª casa geminada :Uma confusão geral:
Não sei quem era quem (Dona Tereza,  Josefina, Lurdes, Alcino, Jandira etc)

e finalmente:

Agostinho Schiavo, Ada Schiavo,   
 filhos: Roberto, Angela e Marcos 

No Pedregulho, Charco Fundo,   residiam famílias, com  dificuldades enormes em todos os sentidos imagináveis.  
Na Vila Kohl já era muito melhor, tinha até água encanada, acredite se quiser 
(rs rs rs)

Caminhava-se nesses lugares a pé, muitas  distâncias entre subidas e descidas  para todas as necessidades através de estradinhas estreitas  de terra "asfaltada com alexivia", era esse o nome conhecido do produto, jogado  por caminhões tanque marca  Magirus Deutsh ".

Era só pisar para detonar  a "conga ou o  chinelo."

Usar sapato pisando na "meleca líquida e quente  despejada" recentemente pelos citados caminhões  nem pensar pois se fizesse o sapato já era.   (rs rs)

Pedregulho, ficava entre a linha do trem da Cptm e um pequeno  morro, do outro lado avistavam-se as casas do Charco Fundo.
Menciono  também a existência, de a uma lagoa ao lado das casas do lugarejo,  cheia de mato e aguapés 
Na citada lagoa, o pai pegou muitas traíras.  

Do outro lado após o morro, como já disse acima,  o Charco Fundo, onde existiam diversas famílias que viviam em condições análogas.  .  

Finalmente, do outro lado do rio Juquery,  o Charco Fundo era percebido pelas pessoas que transitavam usando a maquininha de transporte  que passava ao  lado do rio, operários e usuários. .


Quem morava na Vila Khol, e Charco Fundo, usava  sempre o chamado "Caminho do Mato usando o  passador" (que era um trilho de ferro colocado de forma horizontal e dava acesso através da cerca que existia)   para encurtar distâncias até o armazém, barbearia, farmácia,  igreja etc.
 
Quem morava no Pedregulho era mais prático vir direto pela linha do trem ladeando as ervas cidreiras que acompanhavam a linha. 

.

O tempo passou e célere segue por  enquanto, muitos já partiram, outros não sei onde estão, mas com certeza  estão todos  no ocaso da vida.

oswaldo joão della betta