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04/04/1986
Ed. 256

Mais uma comissão de inquérito em Caieiras

Na última sessão da Câmara de Caieiras, mais uma Comissão de Inquérito foi criada, desta vez para apurar possíveis irregularidades na locação de casa feita pela Prefeitura para alojar a Polícia Militar, sem a devida autorização legislativa. O vereador Nelson Urtado vai presidir essa Comissão.

 

Câmara impreta mandado de segurança

Além de mais essa comissão, a Câmara impretou mandado de segurança contra o Prefeito Fiore, para obrigá-lo a responder aos requerimentos sobre várias informações, o prazo esgotou-se e a resposta não veio. Resultado: infração ao Dec. Lei nº 201, artigo 4º, parágrafo 3º. Do jeito que vai, o Prefeito Fiore vai colecionar 201 até o fim de seu mandato.

E por falar em 201 é grande a curiosidade dos políticos para saberem qual a atitude que o Promotor Público da Comarca tomará com relação às denúncias feitas pela Câmara com resultado na primeira Comissão de Inquérito, que apurou diversas irregularidades, será que vai sobrar 201 para o Prefeito?

 

A justiça mudou?

Alguns vereadores de Caieiras estão preocupados com a atitude do Pref. Fiore, que enviou um projeto de Lei à Câmara solicitando autorização para conceder auxílio moradia ao Juiz de Direito da Comarca no valor de..........Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzados), acham que isso poderia influenciar o Juiz em decisões judiciais onde a Câmara e a Prefeitura estiveram envolvidos. Ledo engano, as atividades do Juiz têm provado que a Justiça mudou e deve ser cumprida, doa a quem doer, quanto ao auxílio moradia, nada mais justo, lugar de Juiz é na Comarca, e as prefeituras poderiam reunir-se e manter uma casa permanente para esse ou outro Juiz que assumir na Comarca, afinal o que temos visto nos últimos anos é a maior autoridade da Comarca ser completamente desconhecida e não morar a quilômetros de distância. Nesse aspecto a Justiça não mudou nada, porque o Juiz deveria vir para ficar e quiçá aposentar-se entre nós, quem não gostaria de saber onde encontrar socorro quando as demais autoridades o negassem?

O Juiz residente inibiria muitas “marmeladas” que acontecem por aí, com sua simples presença, ou seja, todos saberiam que o Juiz está lá, que convive e sabe realmente o que acontece em sua Comarca. Quem não se lembra do Dr. Vanderley A. Borges? Algum Juiz até hoje deixou tanta saudade? Foi tão estimado? E todos nós de uma forma ou de outra lutamos na época para que ele não fosse embora, por quê? Porque todos o conheciam, até o mais simples dos cidadãos da Comarca conhecia o Dr. Vanderley e sabia onde encontrá-lo fora do Fórum, e o resultado: um sentimento de segurança e proteção para todos, ele não era o Juiz, era o nosso Juiz.


Jornal A Semana