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12/04/1980
Gino pode ter o mandato cassado

Conforme nota veiculada pela Folha Regional em uma de suas últimas edições a cassação do prefeito Gino Dártora torna-se eminente a cada dia que passa. A Câmara Municipal recebeu nos últimos dias denúncias de um munícipe, José Cezar Maravieski, onde uma série de irregularidades envolvendo a pessoa do prefeito Gino Dártora, são descritas em um extenso documento, constantes em 15 ítens, cujas provas estão juntadas no mesmo processo, podemos assim dizer.

Entre as acusações mais graves, consta que o prefeito aumentou seu subsídio para Cr$ 100.000,00 mensais, sem a devida e competente autorização da Câmara Municipal. Isto representa que o prefeito, de livre arbítrio, aumentou seus próprios salários, por sinal, bastante polpudos, em se considerando a arrecadação de Caieiras e o orçamento do município.

A quantia chega a ser exorbitante, em se considerando que outras cidades, de porte infinitamente superiores ao de Caieiras, ganham bem menos que isso.

As acusações seguem-se e outra bastante grave, se refere à verba destinada à Comissão Municipal de Esportes, que segundo a denúncia, estaria sendo aplicada no Open Marketing, totalmente em desacordo com a legislação.

A Câmara já de posse de todas as acusações estuda agora o processo já formado contra a pessoa do prefeito e sua cassação, diante do material acusatório, já se torna quase que um fato consumado. Os vereadores estão estudando minuciosamente a questão e como o prefeito não conta com a maioria, visto que a dissidência dos ex-emedebistas é infinitamente superior à bancada que lhe apóia, tudo poderá se consumar nos próximos dias.

A farta documentação apresentada é digna do conhecimento de toda a população caieirense, principalmente se se basear noutro ponto da denúncia, que diz o prefeito ter efetuado compras sem a devida licitação, como no caso da distribuição, em dezembro, de chaveiros e outros brindes, por ocasião do aniversário da município. A licitação, segundo as provas, foi feita somente no mês de janeiro de 1980. É patente a irregularidade. Outra irregularidade verificada, foi com relação à cobrança dos impostos territorial e predial. Nada do que constava foi cumprida.

Ontem a Câmara Municipal, atendendo pedidos do presidente Carlos Gomes, reuniu a Comissão processante, de acordo com o artigo 5º do decreto 201, de 1967%.

A Comissão agora investigará todas as denúncias apresentadas e um número elevado de pessoas será ouvido, até chegar-se a um veredito. Pelas provas, à primeira vista contundentes, tudo leve a crer que o estado de São Paulo terá mais um prefeito cassado. Que as irregularidades existem. Que saltam aos olhos da comunidade uma série de outras medidas adotadas pelo chefe do Executivo caieirense, de desagrado da população, nem é preciso dizer.

Que os vereadores que formam a Comissão Processante, Carlos Gomes, Assis Crema e Aparecido Correa de Campos, tenham a ombridade e honestidade de chegar a um resultado, punido como manda a lei se o prefeito errou.

A administração voltada para os interesses do povo, a administração consciente, enfim, outras promessas, não passaram do palanque em comícios do prefeito. A cidade cobra agora um pouco de honestidade e até mesmo humanidade. O ritmo das obras é por demais lento, e isso vem causando e gerando protestos de toda a população.

Que Câmara seja honesta e retribua ao povo os votos recebidos em 1976. A honestidade acima de tudo, é o que o povo caieirense exige.

Jornal Folha Regional