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20/09/1985
Ed. 230 - As repercussões do “Caso Boldrin”

Repercutiu sobremaneira o artigo publicado pelo Engº. da Prefeitura de Caieiras, Luiz Carlos Boldrin que abaixo, reproduzimos do Jornal “Folha Regional”. Nesse artigo o Sr. Boldrin ataca a moral e a idoneidade do jornalista Mario Maurici, deste jornal, inclusive com ofensas e palavras de baixo nível.

Para o jornalista, o fato parece não ter tido maiores desdobramentos: “Minha resposta dei através da própria Folha Regional, e a contragosto” – diz. “O cidadão mostrou que é um irresponsável, que quer atingir a honra de pessoas das quais discorda. Um irresponsável”. E concluiu: “Para mim, o assunto está encerrado”.

Contudo, nem todos pensam assim. O presidente da Câmara Municipal de Caieiras, Milton Valbuza, por exemplo, garante que irá instar o Engº. para que diga quem são os “políticos desocupados” a que se referiu.

“Isso é uma brincadeira irresponsável e de mau gosto”, rebateu Valbuza.

Jornal Folha Regional – 14/09/1985

INFORMAÇÃO
ENGº. LUIZ CARLOS BOLDRIN

Com respeito ao Editorial Publicado no Jornal “A Semana”, nº 228, não entendemos a revolta do editor, que a nosso ver, mais parece um político do município de Caieiras, preocupado com a sua provável derrota na próxima eleição do que uma pessoa com intuito de alertar o leitor fato mencionado, mas, como é Editorial, a responsabilidade recai sobre o Sr. Mario Maurici de Lima Morais, Diretor e Jornalista Responsável de “A Semana”.

Muito bem Sr. Maurici: “É certo que poderíamos deixar passar em “brancas nuvens” o seu Editorial, por sinal carente de expressividade, que mais se parece com uma salada de imbecilidades, porém, para não frustrá-lo, aqui vai o nosso recado:

Nós, da Prefeitura do Município de Caieiras, atendemos reclamações e denúncias diariamente e, a sua, quanto a invasão de área pública do Jardim Esperança e o corte de árvores “centenárias” também seria anotada e verificada pela nossa equipe de fiscalização, se bem que não deveria ser levada em conta, uma vez que no local citado não existem e nunca existiram as mencionadas árvores, sendo que o único corte realizado ocorreu quando na implantação do loteamento:

Quanto a pergunta: “Onde andará o Sr. Boldrin, iminente engenheiro escritor da prefeitura? Respondo-lhe, em primeiro lugar, que sou Engenheiro Civil graças a minha capacidade e inteligência. Em segundo lugar, o motivo pelo qual mantenho esta coluna na FOLHA REGIONAL se deve única e exclusivamente ao convite formulado pela própria direção do semanário. Quando o senhor quiser, compareça a Prefeitura de Caieiras, onde me encontrará trabalhando no horário normal do expediente;

Ao escrever nesta coluna a matéria sobre Habitação em lugar algum citei que 800 casas populares iriam resolver o problema habitacional de Caieiras e sim que a construção de mais de 500 residências serviriam para amenizar a problemática habitacional e dar maiores condições a população da cidade para adquirir sua casa própria;

Fique o solerte jornalista sabendo que um projeto habitacional pode sugar todo o orçamento municipal e que, mesmo assim, o projeto é justificado, tendo em vista o bem social que proporciona, coisa que o presumível diminuto Q.I. de V.Sa. jamais conseguirá alcançar;

Da maneira como o Sr. se exprime, fica patente o desrespeito e preconceito contra as pessoas pobres, uma vez que não consigo visualizar qual o problema que um conjunto habitacional trás ao município;

No que se refere ao “outro engenheiro urbanista” que V.Sa. cita ter loteado o município todo, sugiro que o procure e, juntos, discutam o assunto.

A Prefeitura do Município de Caieiras não tem tantos problemas como citou o Sr. e, os que aparecem, são contornados facilmente graças a assessoria que está sempre presente, evitando assim que políticos desocupados conturbem o eficiente trabalho da administração.

Ao dizer que meus escritos são preciosos, agradeço. Realmente eles o são. Simplesmente por transmitirem a verdade. Em relação aos vários empregos citados, só servem para provar realmente que sou uma pessoa versátil, capacitada e, portanto, merecedora de tais atribuições;

Concernente a fórmula de Triplicação do Orçamento do Município, fico impossibilitado de faze-lo por enquanto, uma vez que esta atividade acarretaria, para minha pessoa mais um emprego, atualmente não recebo honorário para tanto;

E, finalmente, quando V.Sa. menciona a minha possível indicação ao Ministério da Fazenda, deixa bem claro estar totalmente desinformado, como jornalista, dos atuais acontecimentos políticos-sociais de nosso país, o que pode ser observado em suas “mal traçadas linhas” e que o jornalista não possui capacidade de conseguir, por conta própria, temas para seus editorias, quanto mais indicar uma pessoa a um Ministério. Portanto, muitas vezes ao expressarmos idéias de oportunistas, nos vemos as voltas com posições que não correspondem a verdade. Acredito que seja este o caso do editorial publicado no referido jornal. Este é o preço a ser pago ao estar rodeado por um “bando de moleques””.


Jornal A Semana