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Dezembro de 2002
Caieiras, quem te viu, quem te vê, te ama e sabe porque !!!

CAIEIRAS querida !

Recordar é viver no passado, é voltar aos bons tempos... Homenagem aos caieirenses com seus respectivos apelidos. Êta povo bom! Gente humilde, amiga irmã e solidária; casa simples, belas, limpas e alegres. Apesar de ser um lugar Pititico, tinha um barbeiro Sapatão, escada Magirus, Xará que não usava crachá, Peroba nos móveis, Lata e Maquinaia nas ruas, a pé ou de bicicleta. Benzinho era o termo carinhoso. Uma vez ou outra alguém ficava Vermelho e soltava Faísca, mas era só um Susto. Quanta saudade da maria Fumaça, jardineira e do pau-de-arara que ia para Belém, Jabaquara, Jaú, Bauru, Mossoró, Mococa, Jaquaré até o Texas, onde o Tunga e o Gamelão tomavam conta do pessoal. A paisagem era maravilhosa, tinha Passarinho, Rolinha, Curruíra, Tuim, Pardal, Sabiá, corvo, Azulão, todos livres sem Gaiola comendo Goiaba nas margens dos rios. A fauna era grande com Priás, Galo, Macaco, Jaburu, Perereca, Sapo, Tatu, Rato, Bugiu, Peru, Marreco, Ganso, Jacaré, Porco, Gato, Gatinho, Gatão, Cachorro, e creditam se quiser, até Saci e Lobisomem e o Dito Carabina nunca deu um tiro sequer. Na hora de dormir Fanhé contava Carneiro. O Pireli, o Pirelinho, o Zeco e o Socó davam plantão no rio à espera de Cará, Pintado, Camarão, Bagrão, Tuíra, Cobra e Lagarto. Quando o clima ficava Marrom, usava-se Boné lá no Calipiá para se proteger do Formigão e do Chapeludo. Domingo era dia de alegria com o Bozo, os três Patetas e o João Cuíca, tocando e brincando de Minguinho e seu vizinho, jogando Bola sete com Titi, Tete, Tito, Sissiá, Val Caleja, Boquita, Zagalo, Pelé, Manim e Índio. O juiz era Vicão e o massagista era o Ticão. Lelo, Nica, Pica-fumo, Tuque e o Cachimbinho eram os torcedores. Também era dia de Frango com Polenta, Azeitona, Bife com Cebola, Feijão com Cambuquira, 15 quilos de Pescoço com Machucho, Lula, Casquinha, Leitão, Pipoca, Nata com um Gargantão Possante para tomar a tubaína com bolo de Fubá. Aí se limpava o Beiço. E quando vinha a dor de barriga tomava-se o Chá de Égua. O Pão Doce era assado na Fornaia e o Peixeiro passava toda a semana na porta. Na vigia ficava o Nono o Polícia e o Quarenta. Feio eram só os apelidos, tudo era uma Jóia. Quantas saudades... Voltar no tempo só no pensamento... Enquanto o Schauar, Pipo, Martufo e Madalena dançavam, o Gari limpava e o Esquelim olhava. Tudo acabado. Os clubes, o União, o Coreto, o Rosário com as festas fabulosas, as visitas os moradores. Oh vida!


Marlene Sálvio de Oliveira