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Zé Polato, mais um caieirense se foi...

 Morreu Zé Polato

Nasceu em dez de agosto de 1942 e desde então sua vida foi demarcada pela descontração. Aqui neste jornal na coluna “Caieiras Antiga” tem algumas histórias engraçadas sobre ele. Cinco dias antes de seu falecimento ele esteve no velório do amigo Possante (Paulo Gonçalves Leme). O Zé vivia se lamentando pela perda dos amigos que estavam partindo. A notícia de sua morte se espalhou e nessa surpresa não se queria acreditar no fato. Sempre brincalhão com todos por todos os lugares onde os encontrava, o Zé com sua maneira sempre alegre impedia que os dissabores da vida se manifestassem em sua presença. Ele parecia ser um menino grande desses da alegria de viver. Contava, criava piadas e ria sobre o que de desagradável lhe ocorria. Uma vez num dia de semana fomos pra cidadezinha de Pirapora e lá o puxar conversa, brincar com quem se encontrava foi motivo de muitas gargalhadas. Às vezes falava “não quero saber de mais nada! A gente morre e tudo fica por ai. Puxa-vida, logo chegarei aos setenta anos de idade, quase nem acredito nisso”. O Zé, todas as manhãs era figura constante no Bairro de Perus. Brincava, mexia com todo o mundo. Tomava os conhaquinhos dele e depois voltava pra casa e de lá não mais saia. Conversas então, só por telefone e com as gargalhadas costumeiras. Não se sabe se alguma vez esteve envolvido em desavenças. Trabalhou pouco mais de cinqüenta anos no mesmo emprego nunca se afastando de suas responsabilidades e de seus compromissos familiares. Às vezes dizia que seu pensamento ia lá ao passado a rebuscar conhecidos e amigos falecidos e isso lhe trazia tristeza e melancolia. Agora ele é desaparecido a integrar-se na lembrança dos que gostaram dele no conviver com o vazio deixado por ele. Que mais “dizer” sobre o Zé? Todos que o conheceram têm em si o saber de como ele foi na vida. Se todos nós fôssemos Zés Polatos, nossa simplicidade e humor fariam com que fôssemos mais contentes no viver. “Era uma vez, a natureza se envaideceu colocando mais brilho no sol e refrescando mais o vento porque um menino que sempre ia ser alegre nasceu. Como criança, ele era dado às travessuras comuns de seu tempo e por causa delas muitas vezes apanhava do pai com correia de máquina de costura e se ouvia seus gritos de dor. Cresceu se casou e seu senso de humor nunca findou. Viveu alheio às ambições dos demais e por isso sua vida transcorreu sem as preocupações que as ilusões provocam. Foi “pego” de surpresa para daqui ir embora como se tivesse sido antes da hora o fim de sua história”.

Altino Olympio
Edson Navarro