Versão para impressão

21/04/2004
A mala cheia, do Alcaide

Cidades pequenas, vizinhas, todos se conhecem e naquela Cidade irmã chega o tal Alcaide no Cartório, carregando uma mala nada discreta. O Tabelião velho conhecido do político mas não tão amigo recebeu a ilustre visita com um pé atrás. Curioso aguardou a abertura da conversa, o que não tardou, o competente e ilibado administrador público ali estava para uma escritura ser lavrada, havia comprado uma bela residência em bairro nobre de seu Município e desejava regularizar rapidamente a papelada.

O Tabelião começou a pensar: ora na Cidade dele tem Cartório porque não faz a escritura lá? – mesmo sem entender ficou mais surpreso ainda quando a impoluta figura pública abriu a mala, quase quatrocentos mil reais... só que em dólares. Depois do susto lembrou-se que o político havia tido alguns problemas com a Lei e resolveu consultar o Tabelião em frente, dos registros públicos. Seu colega foi taxativo, se essa escritura no nome dele (Alcaide) vier para registro, vai entrar na relação dos bens bloqueados à disposição da Justiça, o matreiro Alcaide fechou a mala e saiu rapidamente, deve ter pensado lá com seus botões: maldito promotor público!


Edson Navarro