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18/04/2012
Compostos presentes em cosméticos estão associados à diabetes.

Alguns dos compostos presentes nos cosméticos e nos plásticos, denominados por ftalatos, podem conduzir a um maior risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2 nos idosos, sugere um estudo publicado na revista “Diabetes Care”.

“Apesar de estes resultados necessitarem de ser confirmados, eles vão de encontro à hipótese de que determinados químicos ambientais podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes”, revelou em comunicado de imprensa, uma das autoras do estudo Monica Lind.
 
Para o estudo, os investigadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, contaram com a participação de 1.000 indivíduos, com cerca de 70 anos, que foram submetidos a análises sanguíneas para determinação da quantidade de glucose em jejum, níveis de insulina e a presença de toxinas ambientais, incluindo algumas substâncias formadas quando o organismo metaboliza os ftalatos. A maioria das pessoas entra em contacto com este tipo de compostos através da utilização de cosméticos, produtos de higiene e plásticos.
 
Tal como esperado, os investigadores verificaram que a diabetes era mais frequente nos indivíduos obesos e com maior quantidade de lípidos no sangue. Contudo, também foi constatado uma associação entre os níveis sanguíneos de alguns ftalatos e um aumento da prevalência da diabetes, mesmo após terem tido em conta a obesidade, níveis lipídicos, tabagismo e hábitos de exercício físico.
 
O estudo revelou que os indivíduos que apresentavam elevados níveis de ftalatos no sangue tinham um risco duas vezes maior de desenvolverem diabetes, do que aqueles que tinham menores quantidades destes compostos no sangue. Foi ainda verificado que determinados ftalatos estavam associados com interrupção da produção de insulina no pâncreas.
 
“Contudo, para se saber ao certo se os ftalatos são verdadeiros fatores de risco para a diabetes, são necessários mais estudos que mostrem associações semelhantes. Por outro lado, é também necessário a realização de experiências, em culturas de células e em animais, para perceber quais os mecanismos responsáveis por este tipo de associações”, conclui Monica Lind.

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